Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bloomberg Comenta o Brasil Atual

3 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

Um artigo publicado por Raymond Colitt no site da Bloomberg sobre o Brasil atual apresenta um quadro idêntico do The Economist, já comentado neste site, confirmando que muitos jornalistas internacionais estão acompanhando o que acontece neste país. Baseando em depoimentos, como de Mauro Paulino, diretor gerente da Datafolha, Deborah Wetzel, a chefe do Banco Mundial no Brasil, bem como depoimentos colhidos com os beneficiados pela Bolsa Família, mostra a importância eleitoral do programa, destacando que, entre os países do BRICS, o Brasil é o que está conseguindo a melhoria de sua distribuição de renda, ainda que a economia esteja crescendo menos e com pressões inflacionárias. Apontam os riscos de reclassificação do Brasil pelas agências de rating, sem uma melhora no controle fiscal.

Todos reconhecem que a Bolsa Família é um programa que subsidia as famílias extremamente pobres, mas exige que as crianças frequentem as escolas, iniciem a vacinação e as mães efetuem o pré-natal. O governo também ampliou o treinamento profissional, assistência às crianças, armazenamento de água rural, e empréstimos a custos baixos, entre outros programas assistenciais. O programa que começou no governo anterior foi ampliado permitindo que em 2014 a população extremamente pobre seja eliminada no Brasil, segundo critérios do Banco Mundial, que estabelece o limite de 3% da população nesta classificação.

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O artigo informa que a Datafolha considera que as famílias dos beneficiários da Bolsa Familia podem fazer a diferença numa eleição, que são fiéis a Dilma Rousseff almejando a sua reeleição. As mudanças na distribuição de renda que vem do governo anterior permitiram que 40 milhões de brasileiros ingressassem na classe média, tornando o Brasil um dos maiores mercados de automóveis, celulares e aviação civil, segundo o artigo.

O Bloomberg aponta os desastres como de Eike Batista e a queda do Ibovespa, mostrando que existem eleitores descontentes com o comportamento do governo na economia, apontando também as dificuldades de manutenção do crescimento, as pressões inflacionárias como os problemas fiscais.

Aponta também as expectativas dos extremamente pobres que ainda não foram beneficiados e que esperam a reeleição de Dilma Rousseff para serem contemplados. A pesquisa populacional de 2012 mostra que 3,6% da população brasileira ou 7,2 milhões ainda estavam na classificação de extremamente pobre, sendo possível que o critério do Banco Mundial de 3% seja superado em 2014.

O artigo registra a opinião do chefe do Banco Mundial no Brasil, Deborah Wetzel, que considera esta redução da desigualdade como uma verdadeira revolução, ainda que o crescimento econômico tenha se reduzido e tornado mais volátil.

Estes artigos escritos no exterior, além das opiniões de muitos analistas locais, indicam que mesmo com as insatisfações com o desempenho econômica do governo, apontam a possibilidade de reeleição de Dilma Rousseff, principalmente diante de competidores que não conseguem apresentar um programa alternativo que seja competitivo.



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