Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Stanley Fischer Vice-Presidente do FED

13 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Existem alguns atos surpreendentes do presidente Barack Obama que não está com grande prestígio popular nos Estados Unidos. Entre os mais destacados, está a confirmação da indicação de Stanley Fischer, nome consagrado mundialmente com um currículo invejável, para vice-presidente do FED – Sistema Federal de Reservas, o Banco Central dos Estados Unidos. Ele ainda terá que ser aprovado pelo Congresso, ainda que seja um mero ato exigido pela legislação daquele país. Deve atuar sob o comando de Janet Yellen, que é a presidente, já confirmada formalmente em todos os trâmites, que, apesar de experiente e competente, não possui credenciais tão elevados. Tudo indica que Stanley Fischer deverá desempenhar um papel importante de coordenação mundial, diferente da simples rotina do FED, diante da paulatina redução dos incentivos que visavam à recuperação da economia norte-americana, que terá consequências, notadamente no mundo emergente, inclusive no Brasil. Deve também assessorar o próprio Barack Obama.

Um artigo publicado por Craig Torres, no site da Bloomberg, informa que o resto da equipe do FED deverá contar também com nomes expressivos, demonstrando que o presidente estaria empenhado em utilizar esta instituição para recuperar o prestígio de sua política econômica, salvando a sua administração que não vem sendo considerada brilhante. Todos sabem que os Estados Unidos continuam divididos entre Republicanos e Democratas, mesmo com o entendimento precário para o seu orçamento, principalmente, não conseguindo manter o seu poder internacional que detinham desde o término da Segunda Guerra Mundial. Seu fundamental programa de Seguro de Saúde, que considerou a marca mais forte do seu programa para a política interna, enfrenta grandes dificuldades.

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Stanley Fischer

Ainda que estas designações sejam interessantes, existem riscos diante das dúvidas que podem gerar sobre quem realmente está no comando da política econômica, que não costuma suportar duplas orientações. A Secretaria do Tesouro aparenta estar relativamente esvaziada, ainda que conte com todos os instrumentos fiscais. O FED deve comandar a política monetária, sob a presidência da Janet Yellen, mas não se sabe ainda porque o governo decidiu fortalecer de tal forma a diretoria do FED, quando o usual é haver um Chefe da Assessoria Econômica, que poderia ajudar o Presidente da República dos EUA na coordenação de toda a política econômica.

Stanley Fischer foi professor no MIT – Massachusetts Institute of Technology e foi professor do presidente do FED, Ben S. Bernanke, que está deixando o posto, bem como de Mario Draghi, que é o presidente do Banco Central Europeu. Foi vice-presidente do Banco Mundial, tendo exercido papéis importantes com relação ao Brasil e o México, entre outras tarefas. Foi até recentemente presidente do Banco de Israel, Banco Central daquele país com sucesso. É uma figura de destaque no cenário financeiro internacional, devendo ajudar para que a mudança da política monetária dos EUA seja bem absorvida em todo o mundo. Não se sabe como neutralizará o poder do sistema bancário internacional, onde os bancos norte-americanos estão sendo processados pelas suas irregularidades.

De qualquer forma, o seu currículo excede os requisitos para o cargo a que está sendo indicado, ainda que tenha afirmado que ficou honrado com a indicação. É preciso dar um tempo para uma análise de como tudo isto funcionará, com tantos figurões, ainda que a política monetária norte-americana seja importante para todo o mundo. Algumas vezes, pode haver choques de vaidades, quando os talentos são exagerados, principalmente com destaques naturais da imprensa sobre personalidades já conhecidas.



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