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Sucessão de Mammohan Singh na Índia

3 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , , ,

Segundo artigo publicado no site do Nikkei Asian Review, o atual primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, descartou a possibilidade de seu terceiro mandato se a United Progressive Alliance, liderada pelo seu Partido do Congresso, ganhar a próxima eleição geral, afirmando que a Índia está pronta para ser dirigida por uma nova geração de líderes. Ele propôs que Rahul Gandhi, de 43 anos, filho do ex-primeiro-ministro Rajiv Gandhi, que foi assassinado por motivos políticos, se tornasse primeiro-ministro representando a poderosa e influente família Nehru-Gandhi que vem mantendo o poder desde a independência da Índia em 1947, por intermédio de seus familiares ou suportados por eles.

Jawaharlal Nehru, que foi o primeiro-ministro até 1964, contava com o suporte do legendário Mahatma Gandhi, cujos familiares contaram com nomes expressivos como Indira e seu filho Rajiv Gandhi. Pelo que se sabe, Rahul não teria apetite pelo poder, sabendo que na sua disputa resultou o assassinado do seu pai Rajiv, mas tudo indica que um arranjo político teria sido alcançado, diante da ameaça de vitória do nacionalista Narendra Modi, que poderia acirrar as disputas étnica-religiosas que ocorreram no Estado em que ele governa.

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Manmohan Singh               Rahul Gandhi                                  Narendra Modi

Manmohan Singh é um consagrado economista, mas é sempre difícil administrar uma complexa economia como a da Índia com acentuadas diferenças étnicas e religiosas, com uma distribuição de renda precária, ainda com uma população crescente que deverá superar a da China nos próximos anos. Sofreu desgastes com problemas de corrupção no governo, a redução do seu crescimento econômico e pressões inflacionárias, como em muitos países emergentes.

Apesar da resistência pessoal de Rahul Gandhi em assumir o poder, temendo o que aconteceu ao seu pai, tudo indica que ele contará com o apoio não só da poderosa família Nehru-Gandhi, como de todos que temem as posições exageradamente nacionalistas de Narendra Modi, onde ocorreram acirrados problemas étnico-religiosos que atingiram os muçulmanos no Estado em que governa.

Ainda que não se deseje para a Índia o que aconteceu por longo tempo no México com o PRI – Partido Revolucionário Institucional, que se manteve no poder por longo período, há que se reconhecer que todos os países emergentes enfrentam seus problemas, e o desenvolvimento atingido pela Índia nos últimos anos foi expressivo, com alguma melhoria na sua distribuição de renda.

O mundo parece estar saturado de dificuldades étnico-religiosos e tudo que se possa fazer para a convivência de hindus e muçulmanos deve ser tentado. O próprio Manmohan Singh reconhece que não houve possibilidade de viajar para o Paquistão, mas espera fazê-lo ainda no período restante do seu mandato, que naquele país é de cinco anos, perfazendo quase dez anos nos seus dois mandatos.



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