Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Trata do Brasil como Destaque nas Américas

3 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

A edição impressa do The Economist da próxima semana acaba destacando o Brasil nas Américas, diante das eleições que devem ser efetuadas em outubro próximo. Ainda que muitos analistas entendam que o Brasil perdeu importância no cenário mundial, o fato objetivo é que continua merecendo atenção de revistas de importância internacional. Os protestos populares que começaram com as tarifas de ônibus, na sua tentativa de reprisar recentemente só atraíram algumas centenas de manifestantes. Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores recuperaram as intenções de voto, como mostram as recentes pesquisas, indicando que para as eleições de outubro próximo já chegam a 47% contra 30% dos prováveis dois adversários.

Mesmo assim, a revista considera a corrida eleitoral difícil, pois a mesma pesquisa indicou que dois terços dos eleitores desejam um próximo presidente que faça uma limpeza no país. O principal partido oposicionista, o PSDB – Partido Social da Democracia Brasileira, que teria como candidato Aécio Neves, também está sendo acusado de corrupções nas concorrências públicas do Estado de São Paulo. Eduardo Campos, o governador do Estado de Pernambuco, estaria tentando elaborar um programa com a participação de Marina Silva, considerada ambientalista de destaque que não conseguiu formar o seu próprio partido.

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Dilma Rousseff Aécio Neves Eduardo Campos

Segundo a revista, a economia brasileira oferece linhas de ataque aos oposicionistas. Desde a posse de Dilma Rousseff, o crescimento tem sido anêmico. O desemprego é baixo e a renda subiu mais que a inflação, mas a criação do emprego está arrefecendo, com os preços em ascensão. As finanças públicas se deterioraram e não será reparada num ano eleitoral.

A revista informa que um calendário considerado uma paródia nas redes sociais pintam 2014 como um ano perdido para o crescimento, com um carnaval tardio, e a Copa do Mundo que deve paralisar a economia por dois meses. Ela é considerada um grande risco, pois na das Confederações os manifestantes enfatizaram as deficiências de infraestrutura, com os gastos elevados na construção de estádios.

A revista cita que Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo, entrevistou um líder do Black Blocs que revela a intenção de interromper a competição internacional de futebol, o que estaria sendo monitorado pelos serviços de inteligência. O que a revista não expressa que estes manifestantes violentos não estão conseguindo a simpatia da população, mas aponta que a interrupção da Copa do Mundo seria desastrosa para o governo. A hipótese é de baixíssima possibilidade de sucesso, sem o respaldo da população.

A revista considera que programas como Bolsa Família e a admissão de médicos, como os cubanos, propiciam um cenário favorável para o governo. Os opositores teriam que esclarecer que tais programas terão continuidade numa eventual vitória eleitoral, o que não é uma tarefa muito fácil.



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