Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Duas Histórias Fantásticas Interlaçadas: Softbank e Alibaba

19 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , , , | 2 Comentários »

É evidente que não pode haver preconceitos com jovens empresários orientais que são extremamente ousados nas suas iniciativas, como Masayoshi Son, 56, um japonês de ascendência coreana, líder do grupo Softbank criado em 1981 no Japão. Ou Jack Ma, 49, um chinês líder do grupo Alibaba, criado em 1999 para operar em e-commerce. Em poucos anos, chegaram ao sofisticado mercado norte-americano, inclusive no mercado de capitais como o de Nova Iorque, depois de uma carreira impressionante que não se resume somente ao Japão ou a China, estando globalizados em todo o mundo. Mas, é natural que seus negócios hoje avaliados por analistas de mercado em muitas dezenas de bilhões de dólares (o Softbank em US$ 99 bilhões e o Alibaba em US$ 153 bilhões) sejam observados com cuidados por alguns segmentos mais cautelosos, ao lado do entusiasmo inusitado por parte dos operadores mais ousados. Hoje, uma parte dos seus interesses está interlaçado pelos fundos que aplicam em projetos ousados.

Dois artigos publicados no site da Bloomberg, um elaborado por Makoto Yasu sobre a Softbank e outro de Barry Ritholtz sobre a Alibaba, fornecem um quadro bastante esclarecedor sobre estas empresas. A Softbank que começou com celulares no mercado japonês desbancou as duas de origem oficiais, a Docomo que opera a telefonia celular e tem origem na NTT – Nippon Telegraph and Telephone, que era a monopolista oficial da telefonia fixa no Japão, e a KDDI que nasceu oficial e monopolizava a telefonia interurbana no Japão. A Alibaba começou com o comércio pela internet na China, superando hoje o movimento como o da Amazon e eBay somados e está lançando seus papeis no mercado de Nova Iorque, tendo atuação em todo o mundo.

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Masayoshi Son                                              Jack Ma

A Softbank começou com um investimento de US$ 20 milhões na Alibaba e hoje já conta com 37% deste grupo. Sentindo a saturação do mercado japonês, lançou-se ousadamente no norte-americano, mediante a aquisição de uma já estabelecida.

As empresas tradicionais do Japão, mesmo com o estímulo do atual governo, ainda expandem suas operações no exterior utilizando o suporte de bancos conservadores. Os novos empreendimentos utilizam fundos de venture capital, que abrangem também os chamados starups locais de menores dimensões. O Japão ainda é considerado pouco agressivo nestas atividades, mas para concorrer no mercado precisa tentar acompanhar estas empresas mais agressivas que atuam em setores não tradicionais, com fundos que investem em muitos novos empreendimentos, alguns com elevada potencialidade de crescimento, formando uma carteira que eleva o valor do grupo no mercado.

A Bloomberg relata que as cogitações da Alibaba já eram conhecidas, como outras histórias de sucesso que se baseiam na apresentação convincente sobre uma nova equipe de gestão, novos produtos com potencialidade, um crescimento rápido, aquisições estratégicas, penetração em novos mercados, proposições de valor, perspectivas de lucro, alvo da aquisição e alguns aprovações estratégicas das autoridades.

Perguntam-se quantos investidores anteciparam o sucesso do iPod, iPhone, ou iPad, mostrando que não é somente a longa e tradicional história, mas algumas ideias brilhantes não quantificáveis que são abraçadas com entusiasmo pelo mercado. Evidentemente, grandes ganhos também apresentam grandes riscos.

Sempre existem possibilidades de fracassos como os que ocorreram no Brasil com o grupo que captou volumosos recursos com base em ideias brilhantes, nem sempre profundamente examinados, até por investidores tradicionais do exterior. Eram meras ideias no papel que não contavam com profundidade nos seus alicerces, acabando por desmoronar mesmo que se tentassem apresentações criativas.

Parece preciso que se tenha consciência que, diante de alguns casos de sucesso, muitos fracassos também foram acumulados.


2 Comentários para “Duas Histórias Fantásticas Interlaçadas: Softbank e Alibaba”

  1. José Inácio
    1  escreveu às 14:20 em 20 de março de 2014:

    Sr. Paulo:

    A Softbank tem investimentos no Brasil? Em caso negativo, será ela não se interessaria em comprar um empresa brasileira do setor de telecomunicações? O Brasil anda tão mal nesse setor… Às vezes, a Softbank pode dar uma melhorada na nossa situação, trazendo novas tecnologias. Abraços.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:51 em 20 de março de 2014:

    Caro José Inácio,

    Obrigado pelo seu comentário. Não acredito que a Softbank tenha algum investimento no Brasil e nem que esteja interessada no assunto, e não vejo como possa contribuir para a melhoria da comunicação no Brasil

    Paulo Yokota


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