Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Funk e MC Guimê Chega ao Wall Street Journal

2 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , | 10 Comentários »

 

Por: Paulo Yokota Seção: Cultura, Editoriais e Noticias Tags:

O The Wall Street Journal noticia, com um artigo elaborado por Loretta Chao, que o sucesso do momento no Brasil é o funk, com MC Guimê cantando com a participação de Neymar o “País do Futebol”, que já atingiu mais de 15 milhões de acessos pelo You Tube, na onda da Copa do Mundo. Desbanca qualquer astro nacional ou internacional badalado pelos esquemas tradicionais. O funk ganhou importância nas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo retratando suas verdades de um Brasil real e novo que se apresenta para o país e ao mundo, mostrando o seu ritmo marcado, dançado como no “Na Pista Eu Arraso” que já obteve 16 milhões de acessos no mesmo You Tube. Nem é preciso falar das violências ou das insatisfações populares com os atendimentos sociais. Fala do futebol dos que começam crianças nos pequenos espaços de terra, daqueles que foram percebidos pelo papa Francisco, e que acabam consagrados como Neymar.

Esta é uma parte importante do Brasil real, não a que procura espaços na mídia tradicional com um minuto de fama, com a violência que é cultuada por aqueles que procuram as manchetes. A pobreza está por toda a parte, multiplicando-se pelas favelas e moradias precárias que hoje não se restringe às grandes metrópoles. Mas esta população procura se expressar da forma que é possível, pela dança ou pela música, ou ainda pelo esporte que é uma paixão e que pode explodir com grande alegria numa Copa do Mundo, se não for prejudicada pela cartolagem corrupta e por autoridades que procuram tirar proveitos destes eventos. Deixa o povo falar…

Com o sucesso que vem sendo obtido pelo MC Guimê ou outros artistas do funk, já existem vídeos que foram patrocinados por empresas importantes. Suas produções devem envolver custos expressivos, por incluírem cenas de diversas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas ainda modestos comparados com as grandes produções dos artistas consagrados, que não conseguem o mesmo sucesso.

O que eles falam, cantam, dançam são as próprias realidades que contam com milhões de outros brasileiros que se identificam com elas. Sempre se manifestaram com estas alegrias, como quando o carnaval ainda era espontâneo e reuniam a comunidade dos morros. Se nada mais houver para ser feito, ou mesmo quando estão sendo cumpridas algumas tarefas rotineiras, sempre se nota o brasileiro e as brasileiras cantarolando. Os ritmos estimulam os movimentos espontâneos do seu corpo, um gingar difícil de ser observado em outras partes do mundo.

O futebol começava com uma simples bola de meia, em qualquer espaço disponível, descalço ou com um calçado precário, nem traves existiam, eram duas pequenas marcas. Quando existia uma bola, ela era do dono do time, mesmo péssimo jogador. Esta espontaneidade está diminuindo, mas suas raízes continuam arrastando multidões de crianças e elas estarão ligadas às telas de televisão, pouco se lixando com as falcatruas dos dirigentes.

O Brasil tem poucos heróis e os astros do futebol estão entre eles. Quando seus times de preferência perdem, até uma lágrima ingênua costuma rolar. Por favor, não atrapalhem a reação espontânea deste povo humilde, que é mais brasileiro do que os intelectuais que desejam explorar a pobreza.

Se existe uma marca que diferencia o brasileiro dos demais povos é a sua alegria. Deixe-a aflorar em toda a sua plenitude…


10 Comentários para “O Funk e MC Guimê Chega ao Wall Street Journal”

  1. Luiza Mendes
    1  escreveu às 18:28 em 2 de março de 2014:

    Seu Yokota:

    Funk? Não visito mais o seu blog.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 11:48 em 3 de março de 2014:

    Cara Luiza Mendes,

    Lamento, mas acho que devemos estar abertos para todas as evoluções que estão ocorrendo.

    Paulo Yokota

  3. Paulo Mello
    3  escreveu às 16:48 em 3 de março de 2014:

    Frequento o site a não muito tempo, mas o suficiente para parabenizá-lo por sua diversidade.
    Caro Yokota gostaria de sugerir aqui uma pauta para um artigo. A responsabilidade da preparação, para prestar vestibular, por conta própria.
    Sou um pré universitário que estou sendo testado de forma agressiva, por ter escolhido contar com minha força de vontade e dedicação para prestar o Enem e passar para a Ufrj, em economia.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 09:33 em 4 de março de 2014:

    Caro Paulo Mello,

    Obrigado pelo comentário e pela sugestão. Acredito que estes cursos para as diversas provas não ajudam muito na sua formação, só tentam ensinar algumas técnicas para as provas. Muitos obtém resultados positivos, inclusive nas provas, empenhando-se em cobrir onde sua formação seja mais deficiente, com a ajuda de pessoas mais experientes como aconteceu com muitos amigos meus.
    Pensarei em algo que possa ajudar a pessoas semelhantes à V.

    Paulo Yokota

  5. Ricardo Soares
    5  escreveu às 21:15 em 6 de março de 2014:

    O senhor está fugindo do tema do blog, ou seja, Ásia Comentada. Escute certas letras de funk e procure saber, também, sobre os “filhos do bonde”. Respeito o senhor, mas acho que não se deveria dar espaço ao funk, neste espaço.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 18:11 em 7 de março de 2014:

    Caro Ricardo Soares,

    O Asiacomentada tenta explicar coisas do Oriente para o Ocidente. Se estes fenômenos estão acontecendo no Brasil, a ponto de chamar a atenção do The Wall Street Journal, os meus leitores no Japão ou outros países asiáticos devem, na minha modesta opinião, ter possibilidade de que isto está acontecendo. O intercâmbio é de duas mãos.

    Paulo Yokota

  7. Caio Alex
    7  escreveu às 14:38 em 7 de março de 2014:

    O Funk estimula a “coisificação” da mulher. Muitas moças adolescentes engravidam em bailes funk. Sem falar nas doenças sexualmente transmissíveis que estão aumentando entre os jovens…

    Yokota, por favor, respeite os seus leitores.

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 18:04 em 7 de março de 2014:

    Caro Caio Alex,

    Obrigado pelo seu comentário que respeito. No entanto, não acho que o tipo de ritmo pode ser responsável pelo seu conteúdo, ou do comportamento dos que o apreciam. O importante é que todas as novas manifestações expressam o que acontece com parte da sociedade brasileira.

    Paulo Yokota

  9. Elizabeth
    9  escreveu às 20:20 em 7 de março de 2014:

    Muitas letras de funk são DEPLORÁVEIS. Diversos estímulos ao sexo, tratam a mulher como objeto, palavrões, incitações ao crime, duplo sentido etc. Acho que o senhor está marcando um gol contra.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 09:08 em 8 de março de 2014:

    Cara Elizabeth,

    Obrigado pelo comentário. Em todas as novas formas de manifestações sempre existem alguns excessos. Comentei somente o que saiu no Wall Street Journal, pois também a periferia deve ser ouvida.

    Paulo Yokota


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