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Política e Política Externa no Japão

22 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Todos sabem que existem famílias de políticos com longa tradição em diversos países do mundo. No Japão, o atual primeiro-ministro Shinzo Abe é sobrinho neto do famoso primeiro-ministro Nobusuke Kishi, que teve importância fundamental no pós-guerra, e o seu pai Shintaro Abe também foi importante ministro dos Negócios Estrangeiros, todos tradicionais no atual LDP – Partido Liberal Democrata. E o seu irmão mais novo, Nobuo Kishi, é o atual vice-ministro de Negócios Estrangeiro, o famoso Gaimusho, que estabelece a política externa no Japão, contando com quadros competentes de carreira. Ele declarou que o nacionalismo japonês não está em crescimento na política externa daquele país, apesar da declaração de muitos políticos expressando estas posições, conforme artigo no site da Bloomberg.

É preciso compreender que no Japão a burocracia é muito forte e composta de funcionários de carreira, e ainda que os políticos façam declarações que sejam importantes eleitoralmente, a política externa é do Estado, pouco dependente do governo que esteja no poder no momento. Como muitas declarações dos políticos japoneses provocaram tensões com os seus vizinhos chineses e coreanos, exigindo até um pedido de moderação dos Estados Unidos, os diplomatas japoneses estão fazendo um esforço no sentido de minimizar os estragos que foram efetuados na opinião pública, principalmente regional. A entrevista concedida no Gaimusho pelo vice-ministro Nobuo Kishi procura consolidar a política do Japão, como Estado.

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Shinzo Abe                                                                     Nobuo Kishi

O Gaimusho afirma que o nacionalismo japonês não está em crescimento e que o Japão continua comprometido com a paz por 70 anos, desde o término da Segunda Guerra Mundial. As visitas de Shinzo Abe ao Templo Yasukuni em Tóquio bem como outras declarações dos políticos sobre as escravas sexuais de guerra ou os incidentes de Nanjing provocaram fortes reações na China como na Coreia, chegando a criar desconfortos com alguns setores diplomáticos dos Estados Unidos, provocando um editorial recente do The New York Times.

A posição do Gaimusho é que esta visita se destinava a orar pela paz duradoura. Questionado sobre outros assuntos, afirmou que não existe uma definição de uma reunião de dirigentes dos Estados Unidos, Coreia do Sul e o Japão paralelo à reunião sobre energia nuclear em Haia.

Sobre o problema da Rússia na Criméia, a posição oficial japonesa é semelhante à disputa de ilhas no Extremo Oriente, afirmando que o emprego da força não deve ser tolerado pelas nações do mundo. Na realidade, a posição oficial do Gaimusho não sanciona as posições que tenham sido tomadas por alguns políticos.



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