Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Na Eventualidade de um Segundo Mandato

17 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

O Valor Econômico conta com os melhores quadros em Brasília para colher os indícios relevantes do governo Dilma Rousseff para a eventualidade de obter o segundo mandato nas próximas eleições presidenciais. A equipe constituída por Ribamar Oliveira, Raymundo Costa e Claudia Safatle elaborou os artigos que explicitam estas informações. As orientações que estão sendo estabelecidas para a Lei de Diretrizes Orçamentárias permitem esclarecer o que será perseguido em 2015. Seria proposta a meta de um superávit do setor público mais realista de 2,5% do PIB, mais baixa que os 3,1% que vigoraram desde 2010, mas seria assegurado um superávit primário mínimo de 2% do PIB, com o governo federal garantindo este percentual mesmo que Estados e Municípios não consigam atingir a suas cotas. São dados que podem ser avaliados objetivamente pelas agências de rating bem como analistas brasileiros de diversos setores, na esperança que possam influir na opinião pública.

Mais relevante que estes dados econômicos parecem os indícios que o controvertido secretário do Tesouro, Arno Augustin, que gera incertezas com suas tendências de contabilidade criativas, não esteja participando das decisões. Isto pode ajudar no restabelecimento de confiança de parte dos empresários e especialistas em economia no governo. Ao mesmo tempo em que se reforça a ideia que o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa possa ser um dos responsáveis pela orientação do governo, ele que goza de um bom conceito nos meios especializados.

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Nelson Barbosa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda

Informa-se que o salário mínimo que veio se elevando acima do aumento da produtividade da mão de obra, ainda que mantida seria ajustada pela inflação mais a variação do PIB per capita. Não haveria um tarifaço para corrigir os atrasos dos ajustamentos de energia elétrica como dos derivados do petróleo, mas seriam ajustados gradualmente.

Estas e outras decisões estabeleciam alguns parâmetros básicos do governo de continuidade com reformas, atendendo as recomendações do ex-presidente Lula da Silva que ainda mantém o controle do PT, e que avalizaria a reeleição de Dilma Rousseff, sem a necessidade de uma nova Carta ao Povo Brasileiro, mostrando a intenção de se ajustar às recomendações da economia de mercado, evitando-se as interpretações de desejos crescentes de intervenção estatal.

Nas entrelinhas destes enunciados estariam sendo respondidos os pontos fundamentais das críticas dos oposicionistas no que se refere à política econômica, que continuaria sendo o campo de batalha relevante da campanha eleitoral. Deste arcabouço seria elaborado o resto do programa, que só procuraria transformar em linguagem eleitoral compreensível aos eleitores o conjunto do que seria perseguido.



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