Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Redução das Estimativas de Crescimento Chinês

15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Havia no passado uma afirmação que uma tosse nos Estados Unidos provocava uma gripe no Brasil. Agora, quando o mundo se preocupa com a redução do crescimento da economia chinesa, como descrito num artigo publicado pelo site da Bloomberg, ainda que a estimativa para o ano se mantenha acima dos 7% ao ano, todos se preocupam com o seu impacto no resto do mundo. Notadamente em economias emergentes como a brasileira, que dependem muito das exportações para a China. O primeiro-ministro Li Keqiang já revelou suas preocupações, mostrando que as autoridades daquele país procuram tomar medidas adicionais para que esta desaceleração não seja muito expressiva, até porque o resto do mundo também não apresenta um crescimento robusto, capaz de compensar a redução chinesa.

As informações disponíveis mostram que no primeiro trimestre o crescimento teria sido estimado em 1,5%, quando a previsão anterior seria de 1,8%. Para os padrões mundiais, ainda são percentuais elevados, mas como se encontram num processo de reforma para dependerem mais do próprio mercado interno, que não é fácil, todos se preocupam que não consigam um soft landing. No caso brasileiro, também as indicações são de um crescimento que era mais robusto no primeiro trimestre, mas já no mês de abril nota-se um ânimo menor, principalmente dos consumidores. Como o quadro se apresenta cada vez mais complicado para o resto do ano, ainda que exista a Copa do Mundo, mas com o governo sofrendo crescentes pressões num ano eleitoral, as preocupações com um quadro externo mais difícil não injetam otimismo.

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Li Keqiang

As informações chinesas são de que o governo procura estimular os gastos em ferrovias e habitações, além da concessão de incentivos fiscais, de forma que o crescimento anual fique no nível de 7,5%.

Ainda existem alguns investimentos estrangeiros na China que esperam o crescimento daquele mercado, como a rede de varejo de roupas, a Hennes & Mauritz. Também a Mercedes-Benz está aumentando suas concessionárias em mais 100 unidades, passando para uma rede de 400 unidades.

Mas as indicações das atividades financeiras apresentam flutuações, havendo momentos em que se nota uma retração com relação ao ano passado. Muitos se preocupam também com a qualidade dos indicadores chineses, que não parecem muito precisos.

O que parece ser a influência mais sensível destes comportamentos externos como o da China para a economia brasileira é que o ânimo dos empresários que já não era elevado acaba se deteriorando num ano que aparenta cada vez mais difícil, o que resulta num quadro eleitoral preocupante para o governo.



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