Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Valor à Educação Dada Pelos Pais Brasileiros

17 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Num artigo publicado por Luiz Guilherme Gerbelli no jornal O Estado de S.Paulo informa-se sobre uma pesquisa efetuada pelo HSBC com pais brasileiros, onde 79% dos entrevistados acreditam que pagar pela educação seria o melhor investimento, o que seria um indicador alvissareiro. Estes dados superariam os de países emergentes como a China, Turquia, Indonésia, México, Índia e Malásia, sendo o mais elevado. Parte disto derivaria da insuficiência da educação pública nestes países, fazendo com que as escolas privadas fossem as mais recomendadas, exigindo recursos para fazer face aos seus custos. No entanto, a pesquisa deixa algumas dúvidas, pois países onde a educação é extremamente valorizada como o Japão e a Coréia do Sul não constam da comparação. Sendo efetuado por uma instituição bancária, estaria se detectando a disposição dos pais constituírem fundos para fazer face às despesas educacionais futuras de seus descendentes.

Levantamentos mais completos como os efetuados pela PISA, da OECD, já comentado neste site não fornecem dados otimistas sobre a eficiência da educação no Brasil. Os dados levantados pelo HSBC parecem referir-se aos custeios da educação universitária, inclusive pós-graduadas, quando a educação deveria se referir-se a que vem desde o berço, referindo-se também o que é proporcionada pelas escolas no chamado ensino fundamental. Compara-se com aporte de recursos comparados com fundos de investimentos, compra de imóveis, início de negócios, casamento, primeiro carro entre outros tópicos, não ficando muito claro toda a metodologia utilizada nestas pesquisas.

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O problema da educação apresenta mais complexidade que a simples disposição para o financiamento dos seus custeios, ainda que isto seja relevante. Já nos referimos que a disposição de delegar a responsabilidade para as escolas não parece uma atitude mais construtiva que exige um engajamento pessoal, onde a escola mais recomendável é um dos capítulos.

Parece que não se deve confundir esta disposição positiva com o verdadeiro valor dada à educação que não pode ser confundida com a disposição do financiamento dos seus custos. O assunto parece merecer um aprofundamento maior, com o exame das metodologias aplicadas, constatando se critérios técnicos seriam utilizados nos diversos países.

Também soando estranho que países desenvolvidos diferentes, como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, que possuem concepções ideológicas diferentes com encargos públicos estratégicos, estejam classificados entre os mencionados como os que atribuem mais baixas prioridades para o financiamento privado dos custos da educação.

O assunto, dada a sua importância, merece um cuidado maior nas suas considerações.



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