Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avaliação dos Artigos na Imprensa

2 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Observando-se a imprensa internacional e a brasileira, fica-se com a impressão que no Brasil se divulga mais notícias com tons negativos que no mundo relevante, ainda que não se disponha de pesquisas sobre o assunto. O The Economist faz referência sobre uma pesquisa relacionada aos bancos no período 2007 a 2013 efetuado pelo Reuters Institute at Oxford nos países europeus influentes, que é o tipo de estudo que se dispõe, mas limitado a um assunto. No site da organização mencionada, encontra-se o estudo efetuado sobre a Cobertura da Mídia sobre Bancos e Notícias Financeiras, elaborado pelos: professor Robert G.Picard, um especialista líder sobre mídia econômica e políticas; Meera Selva, pesquisadora no Reuters Institute por Estudos de Jornalismo; e Diego Bironza, gerente sênior de Projetos da Prime Research do Reino Unido. Havia uma queixa que a imprensa estava muito negativa com o sistema bancário depois da crise da Lehman Brothers e a pesquisa foi feita pelo Reuters Institute junto com a Prime Research, e se constatou resultados diferentes.

O que se constatou em 140 mil artigos escritos pelos principais jornais e revistas europeus (Reino Unido, França, Alemanha e Itália) é que 25% tinham um tom negativo sobre o assunto, mas similarmente 24% tinham um tom positivo, e somente 3% foi julgado como mistos. Cerca da metade, 48%, foram julgados neutros. Especificamente no Reino Unido, quando um banco enfrenta dificuldades, as notícias tendem a ser apresentadas na primeira página, mais que as demais empresas listadas na Bolsa, e ficam no noticiário por mais tempo.

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Ainda que os bancos e o setor financeiro sejam somente os que mereceram atenção na pesquisa, deve-se reconhecer que neste período foram os que tiveram uma importância fundamental, por terem provocado a recessão que atingiu todo o mundo, de uma forma severa, ficando conhecido como a mais grave depois da crise que se seguiu a 1929.

Portanto, pode ser considerado como uma indicação significativa, e mesmo neste período somente um quarto dos artigos tiveram uma conotação negativa, sendo contrabalanceada por um percentual quase igual com tom positivo, sendo quase a metade neutra.

Deve-se reconhecer que o setor bancário e financeiro é relevante nos dispêndios em publicidade, mas os órgãos da imprensa da Europa podem ser considerados como tendo posições editoriais que não se confundem com os comerciais desta imprensa.

Fica-se com a impressão que poderia se tomar como um exemplo, ainda que deva se evitar a generalização. No caso da imprensa brasileira, ainda que não se disponha de levantamentos sistemáticos, fica-se com a impressão de um exagero de posições críticas. É verdade que o mesmo sentimento existia na Europa, que não se comprovou com o levantamento, mas parece que esta impressão é mais forte no caso brasileiro.

Deve-se reconhecer que a imprensa deve ter uma posição crítica, mas ela poderia ser acompanhada por sugestões para a correção dos problemas, sem ficar na simples condenação que acaba sendo mais fácil, mas não revela uma atitude mais profunda. Sempre é fácil criticar, mas sabe-se que é mais difícil formular algo que possa contribuir para melhorar a situação.

Outra impressão é que ocorrem algumas confusões que acabam confundindo posições ideológicas e de caráter personalizado, sem se distinguir com equilíbrio o quadro em que ocorrem as dificuldades, e as sugestões para as suas superações, considerando os interesses mais amplos da economia brasileira.

É evidente que esta nota está expressando uma simples opinião, uma posição editorial que aspira um equilíbrio, tendo posições também positivas, e preferencialmente neutras, para o caso brasileiro.



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