Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Redução do Crescimento Desigual na China

9 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Um artigo de James Kynge, do Financial Times, faz um apanhado geral das diferenças regionais na China da desaceleração que está se observando no crescimento daquela economia. Mesmo numa economia ainda fortemente centralizada, lamentavelmente, o controle da desaceleração acaba tendo impactos fortemente diferenciados do ponto de vista regional, como pode ser constatado nas informações disponíveis de diversas fontes. A tal ponto que as autoridades chinesas já cogitam de medidas para estimular algumas atividades, como as relacionadas com a infraestrutura e a construção civil, que sempre tiveram grande importância não só na China. Estas acentuadas diferenças acabam gerando insatisfações que ficam difíceis de serem suportadas, mesmo numa sociedade onde a política está controlada pelo Partido Comunista Chinês, mas com necessidade de respaldo da opinião pública.

As informações são de que as indústrias chinesas sofrem um quarto mês consecutivo de contração em abril último, de acordo com algumas pesquisas privadas, sugerindo uma desaceleração acima do esperado no PIB para o segundo trimestre deste ano. Evidentemente, isto apresenta um impacto também para outros países que dependem dos fornecimentos para a China. Mas, no interior da China, as diferenças regionais são acentuadas, sendo que algumas regiões e pessoas estão sentindo este impacto de forma mais acentuada. Os setores mais atingidos seriam os da construção civil, imobiliários e indústria pesada, e os produtores de matérias-primas que estão com excesso de capacidade, bem como os materiais poluentes como o carvão mineral. Ao nível humano, estes impactos seriam mais sensíveis entre os mais baixos na pirâmide salarial.

(Kazu, favor ilustrar este artigo somente com o mapa das diferenças regionais na China, que estou enviando abaixo, mesmo com as legendas em inglês, não havendo necessidade do resto do texto)

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O extenso artigo de James Kynge apresenta muitas outras informações detalhadas, mas é preciso acentuar que o que está ocorrendo é somente uma desaceleração do crescimento que continua ocorrendo, mas a um ritmo mais baixo.

As províncias mais atingidas são as de Heilongjiang, Hubei e Shanxi que são as que mais dependem de investimentos em ativos fixos da China. Shanxi produz um quarto do carvão mineral da China, Hubei produz mais aço que 27 países da União Europeia juntos e Heilongjiang é movida pela energia elétrica e metais, e todas estão afetadas pelos esforços para reduzir a capacidade ociosa e a poluição.

Os salários não sobem como no passado, e o custo dos aluguéis estão corroendo o seu poder de compra. As percepções são que as inflações estão cerca de 5% acima das divulgadas pelo governo.

Existem impressões que o PIB chinês está superestimado e que uma recessão técnica com muitos períodos de crescimento negativo possa estar ocorrendo em algumas regiões, segundo estimativas efetuadas por entidades privadas de origem estrangeira.

Existem muitas estimativas que estão sendo efetuadas por empresas de consultoria, e 42 cidades monitoradas por uma chamada China Confidencial haveria quedas das vendas, bem como reduções nas vendas de habitações. Outros indicadores como o consumo de carvão mineral estariam sugerindo desacelerações acentuadas.

Tudo está levando as autoridades chinesas a cogitarem de medidas de política econômica para estímulo do crescimento, para neutralizar em parte estas desacelerações. Estão sendo estimuladas as aquisições de imóveis em algumas localidades, mesmo para aqueles que não são populações urbanas.

As indicações são que as autoridades procuram preservar um crescimento mínimo de 7,4% para o conjunto da economia chinesa, que certamente é elevado, mas que apresentam dificuldades regionais para que possam ser atingidos.



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