Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Arte Brasileira no Exterior Segundo The Economist

6 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

Os leilões, as galerias consagradas no mundo e os críticos dos meios de comunicação social especializados em arte estão confirmando que existe atualmente uma onda de interesse externo sobre a arte brasileira contemporânea. Vai desde os mais conhecidos no mundo, como Cândido Portinari, onde sua obra que fica permanentemente na sede das Nações Unidas, o monumental “Guerra e Paz” que depois de restaurado se encontra atualmente exposto da Grand Palais em Paris. Também Lygia Clark está com uma consagradora retrospectiva no MOMA – Museu de Arte Moderna de New York. E Mira Schendel teve um survey dos seus trabalhos no Tate Modern Gallery de Londres no ano passado. Só estes três artistas, já falecidos, já seria a consagração da arte de qualquer país no mundo.

Artistas mais novas, como a Beatriz Milhazes, que conseguiu sucesso na Bienal de Veneza, estão conseguindo cotações consagradoras nos leilões da Sotherby de New York, e Adriana Varejão na Christie, ambas consagradas casas internacionais de leilão, havendo informações que estão sendo promovidas por consagrados críticos de artes do mercado mundial. Todas já possuem seus trabalhos no mercado por um longo período e expõem nas mais consagradas mostras internacionais. Este prestígio está se espalhando por todo o mundo, e no mercado brasileiro os colecionadores ajudam a manter esta valorização, ainda que existam os que acham que há um exagero quando comparado com outros trabalhos consagrados de diversos artistas com currículos mais substanciosos. Mas, mercado é mercado, mostrando que existem investidores que se interessam pelos seus trabalhos, pagando somas fabulosas.

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Guerra e Paz, de Cândido Portinari, está exposta no Grand Palais de Paris

Atualmente, mais de 20 artistas jovens estão apresentando os seus trabalhos no mercado internacional. Mas o artigo do The Economist afirma que uma nova legislação brasileira está representando uma ameaça, pois coloca sob o controle do governo trabalhos que considera de interesse público, que certamente se referem aos de valor histórico. No entanto, a falta de um esclarecimento adequado acaba provocando uma retração da cessão de obras para exposições, diante de um risco potencial de expropriação de alguns trabalhos, como de artistas falecidos.

Deve-se entender que este mercado é instável e fica sujeito aos entendimentos subjetivos que estabelecem estes valores astronômicos, muitas vezes manipulados. Qualquer boato pode provocar uma mudança de tendência, pois os trabalhos brasileiros nunca foram muito conhecidos no exterior, não contando com um mercado já consagrado.



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