Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Economias Emergentes e Flexibilizações Monetárias

10 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Muitos artigos até sobre economia têm sido publicados no mundo aproveitando a enxurrada de jornalistas que acompanham a Copa do Mundo. No Nikkei Asian Review foi publicado um artigo sobre os problemas das economias emergentes diante das políticas de flexibilizações monetárias adotadas por alguns países desenvolvidos, a partir dos Estados Unidos, para estimularem a recuperação de suas economias. Acabaram provocando inicialmente um forte influxo de recursos financeiros internacionais em algumas economias emergentes, e, na medida em que se reduziu a injeção de recursos financeiros, provocou-se uma inflexão dos mesmos, criando alguns problemas.

O artigo menciona que no Brasil, com a valorização do seu câmbio, geraram-se tensões inflacionárias, e que os preços como da carne nos restaurantes se tornaram elevados. Acabaram provocando dificuldades para a população que consome este produto e se manifesta contrariadas publicamente nas suas demonstrações. O mesmo teria acontecido na Indonésia onde o preço do frango, que é importante na alimentação popular, subiu 50%. Para defender-se do refluxo financeiro para o exterior, as autoridades monetárias destes países emergentes elevaram a taxa de juros, o que acaba inibindo o seu crescimento econômico. Também mencionam a Índia, que, sob novo governo, procura estimular a entrada de investimentos estrangeiros diretos, promovendo algumas desregulamentações, onde eles não eram permitidos.

bandeira-brasilindonesiaandeira da india

Na realidade, apesar da flexibilização monetária ter começado no FED – Banco Central dos Estados Unidos, outros países como o Japão também acabaram adotando esta política. E as dificuldades acabaram sendo maiores nos países emergentes considerados seguros, para onde fluiu parte desta liquidez monetária internacional, afetando o seu câmbio mais do que movimentos comerciais.

Estes recursos são instáveis e com as mudanças em andamento, com a redução do estímulo monetário nos países desenvolvidos que já se recuperam, como os Estados Unidos, acaba ocorrendo a tal reversão, que cria novos problemas.

O problema poderia ser resolvido se investimentos diretos estrangeiros se dirigissem para os países emergentes, aumentando também o seu crescimento econômico. No entanto, com alguns aspectos da economia se tornando mais preocupantes, como a retomada de pressões inflacionárias, crescimento econômico mais baixo, e problemas nas contas externas, a tendência dos investidores estrangeiros é se tornar mais cauteloso com os riscos envolvidos.

Tudo isto mostra a necessidade de tais fluxos serem regulados, mas o sistema bancário internacional, que acabou se concentrando nos lucros que eles proporcionavam, deixou tanto as atividades de comércio internacional como de investimentos diretos.

Seria interessante que os comentaristas que visitam o Brasil tenham condições de análises mais profundas, percebendo que parte das dificuldades dos países emergentes também é de responsabilidades dos países desenvolvidos.



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