Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Novo Governo da Índia

5 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Todos sabem que a Índia é um país emergente pobre, com uma população perto de 1,3 bilhão, com grandes diferenças regionais e desafios imensos para acelerar o seu desenvolvimento ao mesmo tempo em que mantém uma inflação sob controle num nível razoável. Com a esmagadora vitória eleitoral do nacionalista Bharatiya Janata Party, o seu líder Narendra Modi, que tinha obtido sucesso no Estado de Gujarat, tornou-se o seu presidente. Ele tem uma formação na Índia com um curso de política obtido a distância na Universidade de Delhi e obteve o mestrado na Universidade de Gujarat, sem ter a oportunidade de cursos no exterior como muitos líderes hindus.

Escolheu para primeiro-ministro Raghuram Rajan, que exerceu por pouco tempo a presidência do Banco Central da Índia, procurando manter uma política monetária contracionista visando a redução da inflação que apresentava uma tendência de elevação, para voltar ao seu patamar normal. Ele estudou na prestigiosa MIT – Massachusetts Institute of Technology, ensino na igualmente cotada Chicago University e trabalhou como chefe de pesquisa no Fundo Monetário Internacional. Portanto, tem uma formação internacional como dos melhores profissionais da Índia. O seu ministro da Fazenda é Arun Jaitley, diplomado na Universidade de Delhi e foi um líder sindical.

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Indian Prime Minister-designate and Hindu nationalist Bharatiya Janata Party leader Narendra Modi pays his respects at Rajghat, the memorial of Mahatma Gandhi, in New Delhi on May 26. © AP

A economia indiana, que já contou com um crescimento econômico em torno de 8% por ano, tinha reduzido para cerca de 4,5%, esperando-se que o novo governo consiga aproximar-se do patamar anterior. No que se refere à inflação, vinha girando acima de 10%, quando a sua meta é baixar para menos de 8%. O que gerou desconforto e levou à queda do governo anterior foi a corrupção que se generalizou naquele país, que o novo partido majoritário procura coibir na Índia.

A marca no Estado de Gujarat, onde se conseguiu um resultado positivo, era o fomento do setor privado. Ainda que o governo seja composto por personalidades de diferentes posições que não tinham atuado em conjunto, espera-se que ele seja capaz de conseguir resultados expressivos, dentro desta maior democracia existente no mundo.

O seu sucesso seria importante para a Ásia, onde a Índia se contrapõe à China, que deverá ser superada, tanto em termos de população como dimensão da economia, nas próximas décadas.

A ansiedade no mundo emergente também é grande, pois a Índia veio adotando uma posição de independência com relação ao bloco comandada pelos Estados Unidos, como no passado com a Rússia, que hoje já está sendo superada pela China.



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