Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Expectativas Com o Governo Modi na Índia

9 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

Com o novo governo Narendra Modi na Índia, o mercado de capitais já subiu um quinto neste ano, a moeda local estabilizou-se, os consumidores estão comprando mais automóveis, mas o novo ministro da Fazenda, Arun Jaitley, deve anunciar ainda o novo orçamento e seus planos. Mas já anunciou que deve moderar os gastos, sem nenhum populismo, devendo conter o déficit em 4,1% do PIB, o que parece impossível. Nos dois primeiros meses deste ano, ele já foi de US$ 40 bilhões, quase o que deve ser o anual, e vai ser necessário mais recursos para fornecer alimentos baratos para dois terços dos indianos de 1,25 bilhão.

Com as fracas monções deste ano, milhões de agricultores devem necessitar de ajuda, os preços dos combustíveis devem elevar os gastos e os custos dos subsídios. Também existem as aspirações de gastos em infraestrutura, pois Modi prometeu milhões de empregos em estradas, fábricas, transmissões, trens rápidos e 100 novas cidades a serem construídas como está no artigo publicado pelo The Economist. O ministro da Fazenda, que parece bem identificado com Modi, está com uma grande tarefa, efetuando reformas liberalizantes para conseguir um desenvolvimento sustentável na Índia.

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Narendra Modi com o seu ministro da Fazenda Arun Jaitley

Espera-se que o orçamento corte desperdícios e outros subsídios, que se não foram roubados foram apropriados pelos fazendeiros mais prósperos. Esperam-se melhores e mais baratos programas de bem estar, e as economias devem ajudar a financiar projetos de saúde. O novo governo deve aumentar o planejado preço do diesel, mas já existem protestos com os aumentos das tarifas de trens, o que preocupa o governo diante da necessidade de duras decisões econômicas.

O benefício da dúvida deve ser dado a estes dirigentes. O corte de recursos públicos para toda a sorte de produtos, como fertilizantes, gás para a cozinha, parafinas, eletricidade para agricultores, são teoricamente fáceis. Cerca de 640 milhões de indianos estão envolvidos nos esquemas de identidade biométrica, chamado Aadhar, que permitiria o corte dos subsídios para os que não necessitam deles nas contas bancárias. Mas existem rumores que eles seriam eliminados no novo governo.

Outra reforma importante é o que está sendo chamado de federalismo cooperativo, pois há necessidade de mudanças nos esquemas de entendimento com as autoridades locais. Cadeias de supermercados estrangeiros devem ser aprovadas, ainda que o atual governo seja considerado nacionalista. As barreiras internas ao comércio devem ser eliminadas, estabelecendo-se impostos nacionais.

Segundo o The Economist, o orçamento deve encorajar mais o capital privado a encontrar atividades produtivas. No momento, os endividamentos governamentais provocam a exclusão dos investimentos privados. O novo governo deve provocar uma privatização, como o da Air India, para transmitir uma clara mensagem que a Índia está aberta para os negócios.

Existem muitas outras tarefas que precisam ser executadas, o que não é nada fácil para um gigantesco país como a Índia, como também ocorre em outras economias emergentes. Apesar das mudanças políticas dos governos, nem sempre é fácil atender todas as aspirações populares, e as reformas são sempre difíceis de serem executadas.



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