Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Foreign Affairs e a Economia Energetica Mexicana

20 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

A economia mexicana está sendo considerada no momento pelos investidores internacionais como uma das que apresentam maior potencial no mundo, como decorrência da política que vem sendo praticado pelo Presidente Enrique Peña Nieto desde 2012, enfrentando seus problemas políticos históricos, com mudanças significativas no setor energético do México. A sua proximidade dos Estados Unidos, se apresenta vantagens por contar com um grande mercado representado pela NAFTA – Integração Econômica da América do Norte, que conta também com o Canadá, sempre estimula um forte nacionalismo para se afirmar independente. Tem uma tradição estatizante que se consolidou ao longo da história do PRI – Partido Revolucionário Institucional. Apesar de ter contado com uma campanha pela nacionalização do petróleo que resultou na PEMEX, talvez mais radical que a do Brasil que gerou a PETROBRÁS, procura agora consolidar um sistema que se abre para os investimentos privados, inclusive externos.

Difícil imaginar que um setor estratégico que conta com grandes e poderosas empresas multinacionais, onde os investimentos são pesados, as tecnologias avançadas e as unidades produtivas como as refinaria são gigantescas consiga consolidar rapidamente um sistema concorrencial. É da natureza destas organizações que existam poderosos interesses grupais, mesmo dentro das estatais como acontece em ambos os gigantes, como a PEMEX e a PETROBRÁS, por mais que existam governos e agências reguladoras governamentais. De qualquer forma é uma orientação ousada do atual governo que vai exigir uma forte determinação política, pois até os investimentos privados tendem se acomodar com um sistema monopolístico, onde também os interesses do governo e do Estado sempre estarão presentes.

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Os Estados Unidos e a Foreign Affairs tem interesses ideológicos que o México de consolide como um grande país emergente, contando com energia barata e competitiva no mercado internacional, até para fortalecer a NAFTA. Com acesso tanto pelo Pacífico como pelo Atlântico, muitas subsidiárias de empresas estrangeiras se instalam no México, tanto para abastecer o mercado interno, como ter acesso aos mercados dos Estados Unidos como do Canadá.

A experiência brasileira vem demonstrando até agora que a presença de uma grande estatal faz com que o setor privado, nacional ou estrangeiro só conte com uma participação marginal no setor de petróleo. O México está estimulando também a presença privada no setor elétrico, mas também neste segmento o Brasil vem demonstrando que o controle acaba sendo exagerado, quando existem interesses políticos do governo.

Se o México conseguir um razoável equilíbrio, com variadas atividades privadas interlaçadas, poderá se tornar um exemplo da forma de convivência entre atividades estatais com os de grupos nacionais e estrangeiros guiados pelo mercado.

A formação dos recursos humanos de ponta no caso mexicano conta com um intercâmbio mais intenso com as universidades norte-americanas, inclusive pela proximidade geográfica, quando comparado com o Brasil. Ainda que isto tenda a influenciar na formação ideológica no sentido da utilização mais intensa dos mecanismos de mercado, também fomenta um forte sentimento nacionalista do ponto de vista político, para afirmar sempre a sua identidade.

Com o mundo cada vez mais globalizado, estas experiências acabam se transferindo pela América Latina, ainda que não exista um perfilamento automático com os Estados Unidos.

Com a junção de todos estes e outros fatores, observa-se que a tradição da diplomacia mexicana acaba sendo a de formação de quadros competentes e ativos, servindo como um exemplo para outros setores da atividade internacional.



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