Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Bancos de Desenvolvimento da China

14 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado por Lee Jong-Wha, professor de economia e diretor do Instituto de Pesquisa Asiática na Universidade da Coreia, no The Japan Times, informa sobre as instituições bancárias internacionais chinesas onde seus representantes ocupam posições de comando. A China já vem aumentando seus funcionários em instituições internacionais como o G-20, o Fundo Monetário Interacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio, acumulando experiências. Mas não contava com o comando delas, pois suas participações no capital ainda são modestas e os norte-americanos e europeus continuam destacados. No Banco Asiático de Desenvolvimento, são os japoneses que detêm a sua Presidência, no banco cogitado para os BRICS haveria um rodízio no comando.

Assim, a China que vem aumentando sua participação de forma expressiva no cenário internacional resolveu criar o AIIB – Asian Infrastructure Investiment Bank, que, trabalhando complementarmente às demais instituições, teria comando chinês, que contaria com 50% do seu capital. O ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros da Índia, Shashi Tharoor, já sugeriu que este banco financie o novo Silk Road, que tanto por terra como pelo mar facilite as ligações do Leste Asiático com a Europa, ainda que existam alguns receios de países asiáticos sobre a expansão das atividades da China nestas áreas. Com todo o prestígio conseguido pela China na recente reunião da APEC naquele país, com a presença de destacadas personalidades internacionais, as elevadas poupanças chinesas e de outros asiáticos poderão ser canalizadas nestas obras.

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Cerimônia para lançamento dos trabalhos de elaboração do Asian Infrastructure Investment Bank em Beijing, China

Esta foi uma iniciativa chinesa para atrair as autoridades asiáticas para a possibilidade de financiamento dos seus projetos de infraestrutura, que todos necessitam, contando com mais de US$ 40 bilhões como um programa inicial.

Alguns analistas questionam a possibilidade de uma adequada governança neste banco, que já conta com metade do capital de origem chinesa. Mas, muitos são pragmáticos e sabem que podem contar com a ajuda destes recursos que possam ser completados pelos locais, para contemplar projetos vitais para a sua integração neste esforço asiático de intensificar suas relações com os europeus, como o resto do mundo.

Ainda que se esperem critérios internacionais para as avaliações dos projetos a serem contemplados com financiamentos, todos estão conscientes de que muitos dos apoios chineses podem estar vinculados, havendo esperanças de facilidades no acesso ao mercado chinês que deverá continuar crescendo nas próximas décadas, a ponto de superar os Estados Unidos.

Pode-se afirmar que também este novo banco faz parte da nova realidade, onde a presença chinesa tende a se consolidar, tanto alimentando o seu desenvolvimento como tendo impacto em toda a região asiática. É difícil imaginar que outros países tenham condições competitivas como estas que estão sendo colocados pela China.

É preciso considerar ainda que a China dispõe de outros bancos estatais e privados que podem complementar financiamentos que estejam ligados a estes projetos mais amplo, dada a presença de chineses na maioria dos países do mundo, que acaba tendo interesses relacionados com os fomentos do intercâmbio comercial.



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