Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Rede de Proteção Chinesa à Rússia

22 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

O site da Bloomberg divulga um artigo informando que Li Keqiang, o premiê chinês, apresentou na reunião realizada em Astana, Cazaquistão, na semana passada, a possibilidade da China fornecer o respaldo para assistir à Rússia nas suas atuais dificuldades. Seria mobilizado o SCO – Shanghai Cooperation Organization, fortalecendo a posição chinesa como uma potência mundial, papel que vinha sendo exercido pelos Estados Unidos até agora. Como todos sabem, a violenta queda do preço do petróleo, e consequentemente de todas as energias, está provocando grandes problemas, inclusive para a Rússia, cuja moeda está sendo motivo de especulações, sofrendo uma significativa desvalorização, que está se procurando evitar com a brutal elevação dos juros internos russos.

Ainda que esta aliança sino-russa esteja se esboçando há tempos com o fornecimento de gás da Rússia para a China, na falta de alternativa de demanda na Europa, deve-se recordar que Vladimir Putin apresentou-se à imprensa informando que o crescimento naquele país ficará prejudicado nos próximos anos. É claro que esta rede de proteção que os chineses estão estendendo podem reduzir as especulações, mas vai depender se os russos desejam aumentar a sua dependência à ajuda da China. Apesar do volume das reservas internacionais chinesas próximo de US$ 4 trilhões permitir estes oferecimentos, deve-se recordar que também a economia da China passa por uma redução do seu crescimento, necessitando efetuar reformas que não são fáceis.

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Estão sendo frequentes os encontros de Xi Jinping com Vladimir Putin

É evidente que a Rússia está sentindo as pressões dos Estados Unidos e da Europa às suas tentativas de aumento da influência na Ucrânia, inclusive a absorção da Crimeia, inaceitáveis para o Ocidente.

Todos estes movimentos são de grande importância mundial. Opiniões de acadêmicos chineses como Cheng Yijun, pesquisador sênior da Academia Chinesa de Ciências Sociais, atuando no Instituto Russo, Leste Europeu e Ásia Central, estão sendo apresentadas para enfatizar esta relevância. Mas todos admitem também que a decisão russa de depender fortemente da China é uma decisão difícil.

Mas também existem opiniões recomendando cautela da parte da China para o risco de ser arrastada para uma crise envolvendo-se tão fortemente no relacionamento com os russos. De outro lado, com o mundo tão atribulado, não se espera que o agravamento da situação russa seja algo que possa ser ignorado. Espera-se que o bom senso volte a reinar na Rússia, admitindo-se que o papel que tinham na antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas já é coisa do passado.



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