Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avaliação da Mídia pelo Financial Times

23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: , , , ,

Não é muito frequente artigos como o publicado por Henry Mance e Robert Cookson, do Financial Times, comentando concorrentes, que foi publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico. Aproveitou-se a saída do editor John Micklethwait do The Economist passando para o Bloomberg para comentar a queda de receitas publicitárias, e a concorrência das edições digitais que são mais velozes, mas apresentam riscos de superficialidade. Estão procurando o aumento de leitores nos países emergentes como a China e a Índia, com o lançamento de produtos novos.

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John Micklethwait que sai da editoria do The Economist e vai para a Bloomberg

The Economist veio aumentando os seus leitores com o lançamento da versão digital, mas não conseguiu neste ano os mesmos resultados. Muitos dados foram obtidos com Ken Doctor, analista do Newsonomics. Esta revista se tornou vulnerável a quedas das vendas em aeroportos e estações de trens, pois somente um terço de suas assinaturas é digital, e a publicidade das impressas caíram em um terço. Pode-se acrescentar que esta revista tem uma independência mantida com elevados custos, uma posição ideológica clara, mas, como usuário, nota-se algumas quedas na qualidade dos artigos publicados, como é generalizado na mídia.

O Financial Times é controlador da metade do The Economist, mas não interfere na sua independência. A outra metade é do Cadbury, Rothschild e Schroeder, algumas famílias proeminentes e atuais e ex-funcionários da revista. Sua tiragem semanal é de 1,6 milhão de exemplares, comparado com 1 milhão do Bloomberg Businessweek e menor que os 5 milhões do Time. O Espresso oferece uma dose diária de notícias e analises a custo reduzido, e o Now do New York Times foi emulado e não está mudando a oferta básica do The Economist.

Informa-se que The Economist tem quase 7 milhões de seguidores no Twitter. Mais de 90% das receitas do The Economist são da Europa e da América do Norte, e estão procurando o mercado emergente, tendo nomeado Suprio Guha Thakurta, seu diretor de circulação na Ásia, para o recém-criado cargo de diretor de estratégia mundial, baseado na Índia.

Como o Wall Street Journal, muitos estão procurando edições na língua local, e procuram artigo patrocinados que permitem associações com anunciantes, o que é difícil no The Economist com sua independência.

Observa-se que todos estão procurando adaptar-se às dificuldades econômicas, mas, como usuário, nota-se que a Bloomberg, utilizando a sua escala, consegue conciliar suas operações digitais com a qualidade da cobertura jornalística de profundidade, tornando-se uma fonte rica para considerações adicionais.

No Brasil, o Valor Econômico vem atribuindo importância para o seu sistema de fornecimento de notícias digitais, com títulos rápidos, seguindo de alguns artigos de maior profundidade, tentando aproximar-se do que é feito pela Bloomberg, o que acaba concentrado naqueles que atuam no mercado financeiro.



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