Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Arte de Envelhecer

11 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image001Segundo o PNAD do IBGE em 2013, o Brasil contava com 32.134 centenários, três vezes e meio mais que em 2003, tendendo a continuar a crescer, como consta do artigo publicado no O Globo.

Prática saudável de tai chi com predominância de idosos.

Muitos idosos brasileiros estão procurando adotar as experiências asiáticas que recomendam exercícios que não exageram nos esforços como o tai chi chuan, muito praticado pelos orientais. Meus amigos no Japão, vendo que muitos estão chegando a idades centenárias, o que está tendendo a ser normal, estão praticando natação de forma sistemática, no mínimo três vezes por semana, mesmo depois dos oitenta anos.

Um filme europeu interessante que está sendo exibido no Brasil, “Acima das Nuvens”, dirigido por Olivier Assays e estrelado pela excelente Juliette Binoche, estimula a refletir sobre a inevitável tendência ao envelhecimento, sendo superado em muitos aspectos pelos jovens. Na realidade, a saúde mental é possivelmente mais importante que a física para os idosos, adaptando-se a vida às novas condições prevalecentes.

Muitos artigos que estão sendo publicados pelos mais variados meios de comunicação social destacam os problemas que estão sendo enfrentados, ressaltando pouco as medidas que permitem usufruir com qualidade este período da vida.

Usar expressões como se tratasse do melhor período da vida, todos os idosos sabem que não corresponde à realidade, dadas as muitas limitações físicas. Mas existem muitas técnicas aplicadas em povos que já contam com muitos mais idosos que os brasileiros, e, sendo de custo baixo, podem ser utilizadas com ótimos resultados.

As tendências demográficas são inevitáveis e estão entre as mais estáveis relacionadas com os seres humanos. Como os brasileiros tendem a deixar os seus equacionamentos para quando estiverem enfrentando os problemas, parece indispensável que absorvam as experiências de outros povos que já chegaram ao aumento expressivo dos idosos, e estão encontrando formas para a sua superação, mesmo com os sempre limitados recursos disponíveis.

Vendo as multidões de chineses praticando todas as madrugadas ou primeiras horas do dia exercícios nas praças públicas, parece que estas práticas devem ser disseminadas, e esforços estão sendo feitos no Brasil para a sua propagação. Também não parece recomendável que se fiquem apontando somente os problemas existentes, que apresentam sensíveis variações por povos e lugares.

O que parece recomendável é que práticas preventivas sejam adotadas, antecipando ao surgimento dos problemas em grande escala e de forma aguda, aceitando os inevitáveis como normais da vida.

O artigo do O Globo, de autoria de Flávia Milhorange, cita diversos casos de centenários no Brasil que aprenderam a usufruir bem a idade, e o mesmo pode ser encontrado na íntegra no http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/grupo-de-centenarios-triplica-em-uma-decada-mas-acesso-saude-ainda-restrito-no-brasil-15019788 .


2 Comentários para “A Arte de Envelhecer”

  1. NIkos
    1  escreveu às 03:12 em 16 de janeiro de 2015:

    Acredito que envelher saudável é mais do que praticar exercícios como Tai chi. É o resultado de exercícios físicos e modo de vida durante todo o processo. Equilíbrio entre ginástica, alimentação e espírito.
    Não somos nós que controlamos o quanto viveremos, mas tenho minhas dúvidas se precisamos passar dos 80 anos. Atrás de nós virão muitos jovens e o mundo também foi feito para eles.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 10:31 em 16 de janeiro de 2015:

    Caro Nikos,

    Obrigado pelo comentário. Não há dúvidas que o equilíbrio entre exercícios, alimentação e satisfações obtidas pelas atividades culturais ajuda muito. Mas, infelizmente, a maioria não faz o mínimo para tanto. Quando falo do tai-chi é porque ele e suas variações são praticados em massa pelos orientais, notadamente chineses. O que parece é que se deve fazer o que for possível, e para muitos idosos fortes exercícios físicos parece que nem sempre são recomendáveis. As técnicas decorrentes da observação da natureza parecem interessantes, e as meditações ajudam em muitos aspectos para a saúde mental.

    Paulo Yokota


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