Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Recuperação das Exportações Brasileiras

5 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Primeiros sinais de ânimo dos exportadores de produtos industriais brasileiros com a desvalorização cambial.

Dirigentes da AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil estão mais animados

Dois artigos elaborados por Marta Watanabe e Rodrigo Pedroso no Valor Econômico mostram que dirigentes da AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil estão mais animados com a desvalorização cambial que estaria dando melhores perspectivas para as exportações de produtos industriais brasileiros em 2015.

Os estudos vêm mostrando que as rentabilidades das empresas exportadoras estão tendendo a melhorar, mas só se tornará uma posição consolidada depois de alguns meses. É preciso que haja uma estabilidade nesta posição.

No ano 2.000, as exportações de produtos industriais representavam 59,07% do total das exportações brasileiras. Elas sofreram uma queda sensível, tendo chegado em 2013 a 38,44 e em 2014 (janeiro a novembro) a 35,32%, ainda que os preços dos minérios e dos produtos agrícolas também tenham decrescido. Evidentemente, isto não se deve somente ao câmbio que estava valorizado por muito tempo, mas a todas as medidas governamentais que não deram a devida importância para o setor exportador.

Todos sabem que estas exportações são vitais para a indústria, e não apresentando o crescimento que se observou no mundo, não se poderia criar bons empregos e manter o setor industrial que veio sofrendo fortes desgastes durante os últimos anos. Agora, com a situação insustentável que atingiu a indústria, as autoridades brasileiras devem rever o seu posicionamento. Mas os resultados práticos devem demandar algum tempo.

Nos custos dos produtos exportados, os salários são relevantes, e na medida em que haja um desaquecimento como o que vem se observando no Brasil, estes não tenderão a crescer em termos reais, ajudando a recuperar a competividade das exportações de produtos industriais do país.

As esperanças são de um desaquecimento também nas importações, fazendo com que o equilibrio da balança comercial brasileira tenha condições de ocorrer ainda em 2015, apesar de muito pessimismo de economistas, que tratam do problema e exageram nas suas análises críticas.

Parece necessário que os brasileiros se convençam de que o setor exportador é a alavança de um desenvolvimento sustentável. Normalmente. Para que seja competitivo, necessita introduzir tecnologias avançadas e atualizadas, gerando as divisas indispensáveis para as importações de produtos ainda não fabricados no Brasil e necessários para o desenvolvimento. Parece que as novas autoridades escolhidas para a segunda gestão da presidente Dilma Rousseff estão conscientes desta situação, entendendo que o câmbio é o determinante dos preços relativos.

Qualquer viajante nota que os preços no exterior estão baixos, e os preços no Brasil estão exagerados. Espera-se que as correções venham a ser efetuadas, não somente no câmbio, mas na atitude governamental com as atividades exportadoras.

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Exportação de produtos industriais dependem da melhor utilização dos contêineres

Todos os exportadores brasileiros sentem que os custos de infraestrutura para o setor também estão incompatíveis. Há que se melhorar os meios para exportação dos produtos industriais, tanto com a melhoria dos postos como melhor utilização dos conteiners que chegam com os produtos importados, que podem proporcionar cargas de retornos de custos mais baixos.

Espera-se uma ação coordenada do governo e do setor privado para proporciona uma maior eficiência nas exportações, principalmente de produtos industriais, que começa pelo câmbio, mas depende de um amplo conjunto de fatores.



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