Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Análises Apontando os Desenvolvimentos na China e na Índia

3 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

clip_image002Ana Swanson, especializada na China, e Shrey Verna, especializada na Índia e suas relações com a China e o Japão, escreveram em conjunto um artigo publicado no site do Nikkei Asian Review sobre as estratégias que estes países estão adotando.

 

Dois gigantes asiáticos, China e Índia

Muitas análises estão sendo publicadas sobre a China e Índia, que são os dois países mais populosos no mundo, com suas economias em situações desafiantes. O Nikkei Asian Review publicou um artigo conjunto de Ana Swanson, especializada na China, e Shrey Verma, especializada na Índia e suas relações com a China e o Japão, ambas sediadas em Washington, USA.

A China, depois de anos de crescimento econômico elevado, está passando por uma desaceleração, ainda que continue alto, estimado oficialmente em 7,4% anual. A Índia, com um novo governo comandado por Narendra Modi, procura acelerar o seu crescimento, havendo analistas que vejam a possibilidade de crescer mais que a China em 2016, como o Fundo Monetário Internacional, ainda que não exista nenhuma base segura para tanto.

O que o artigo menciona é que a China veio crescendo com base nos seus investimentos que mostram uma queda na sua eficácia, até porque o seu governo procura depender menos das exportações, procurando efetuar reformas para aproveitar o seu mercado interno, já contando com uma infraestrutura razoável. A Índia procura melhorar a sua infraestrutura interna para tirar partido de uma demanda que poderia ser decorrente da melhoria da situação de seus consumidores locais, aparentando duas orientações divergentes.

Na realidade, além das intenções declaradas dos seus dirigentes, a evolução de suas políticas vai depender muito do que continuará ocorrendo, não havendo nenhuma segurança que todas as condições políticas serão atendidas sem nenhuma dificuldade maior, tanto naqueles países como no resto do mundo. Os analistas depositam grande esperança na queda do preço da energia que está ocorrendo que pode gerar recursos que podem ser aproveitados nos seus processos de crescimento. O que parece certo é que procurarão tirar partido de suas imensas populações.

Mesmo que a orientação econômica da Índia tenha se alterado de uma que promovia uma forte intervenção governamental para uma que procure utilizar mais as forças do mercado. Parece necessário reconhecer que estes países contem com imensas necessidades de assistência social para a sua população bastante pobre, que ainda possui culturas religiosas que não facilitem agressividades na procura dos lucros, como o que se observou na China.

Deve-se reconhecer que parte substancial do desenvolvimento chinês ocorreu pelos pesados investimentos governamentais na infraestrutura que já parece razoável. Na Índia, ainda sente-se a sua insuficiência que vem sendo preparada até com a ajuda de países estrangeiros, como o Japão, sem que haja resistências, salvo aos conflitos com seus vizinhos muçulmanos.

Tudo parece indicar que em ambos os países existem grandes desafios que estão procurando ser atacados. Como vai se conciliar tudo isto com os crescentes anseios de maior liberdade política sempre se constitui numa incógnita.

O fato concreto é que eles continuam impressionando o resto do mundo, principalmente quando comparados com outros países emergentes como o Brasil e a Rússia. Se continuarem com seus crescimentos poderão contribuir com o mundo, como já vem fazendo novamente os Estados Unidos com sua recuperação, ainda que provocando distúrbios financeiros e cambiais pelo resto do mundo.

Deve-se reconhecer também que a China está muito agressiva no exterior, tanto na África como na América Latina, procurando aproveitar estas regiões para incorporar na sua área de influência, que extravasa a dos seus vizinhos ou mercados tradicionais como dos Estados Unidos ou da Europa.



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