Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Observações do Novo Presidente do ADB

8 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image001Takehiko Nakao é o presidente do ADB – Asian Development Bank e, tendo visitado os seus diversos países membros, observa as condições importantes para o desenvolvimento econômico.

Presidente Takehiko Nakao do ADB – Asian Development Bank.

O presidente do ADB – Asian Development Bank, Takehiko Nakao, observa num artigo publicado no Nikkei Asian Review que há cerca de 50 anos uma parte substancial da Ásia era ainda pouco desenvolvida, com uma grande parcela da população vivendo da atividade agrícola, com baixo nível de renda. O banco foi criado em 1966 para promover a sua mudança. Em 1990, o percentual de população extremamente pobre, vivendo com US$ 1,25 calculado pelo PPP – Poder de Paridade de Compra, era de 55%, passando a 19% em 2010. Muitos países asiáticos estão crescendo, como a China e a Índia, mas ainda existe muita disparidade na região.

Ele afirma que, desde se tornou presidente do ADB, visitou cerca de 20 países da Ásia e do Pacífico, tendo discussões com suas autoridades. Ele entende que o desenvolvimento não depende das características originais destes países, mas existem algumas condições chaves para tanto, que poderiam ser resumidas em oito.

Investimentos em infraestrutura – O ADB vem se concentrando na elaboração de uma boa infraestrutura capaz de atrair investimentos externos, com salvaguardas ambientais e sociais, aquisições justas e transparentes, com atração do setor privado.

Investimentos em educação e saúde para aumentar o capital humano – Ele vem melhorando no setor fundamental, mas existem necessidades em níveis mais elevados para formação de recursos humanos necessários para os empregos.

A estabilidade macroeconômica – Com inflação superior a 10% ao ano, déficits fiscais e juros elevados, os investimentos para o futuro ficam comprometidos. Os países asiáticos estão melhorando sob estes pontos de vista.

Abertura de regimes comerciais e investimentos, com o setor privado ativo – O socialismo prejudicou muitos países asiáticos, e hoje a grande maioria depende do mercado. Mesmo os países que adotaram modelos diferentes, hoje estão comprometidos com as reformas para facilitar a atividade privada.

A governança pública – A corrupção compromete o desenvolvimento e a transparência vem aumentando a eficácia até no setor estatal.

Inclusão social – As disparidades exageradas de renda dificultam o desenvolvimento. Educação pública e outras medidas vêm permitindo a redistribuição de renda.

Visão para o futuro – Identificadas as vantagens comparativas nacionais, os países estão conseguindo estabelecer suas estratégias de desenvolvimento, com a participação dos cidadãos.

Estabilidade política, de segurança e boas relações com seus vizinhos – Muitos países asiáticos estão conseguindo melhorias nestas áreas beneficiando seus desenvolvimentos.

No artigo, ele menciona um livro do professor Akira Suehiro, da Universidade de Tokyo, que o desenvolvimento recente vem introduzindo modificações com a globalização, avanços tecnológicos, sustentabilidade e o Japão tem condições de dar a sua contribuição para o desenvolvimento de outros países asiáticos, e o ADB pretende continuar dando a sua contribuição.

Na realidade, algo parecido vinha sendo efetuado pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento na América Latina. No entanto, esta instituição não conta mais com recursos para ajudar seus países membros, nem com uma visão abrangente para estimular os diversos países membros que apresentam ainda uma grande diversidade de situações. O espaço deixado vazio, com a retração dos Estados Unidos, está sendo ocupado agora pela China, que conta com outros objetivos de seus interesses.



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