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Parcimônia Japonesa Com Trabalhadores Estrangeiros

2 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image001É incompreensível para os estrangeiros a parcimônia das autoridades japonesas na aceitação de trabalhadores do exterior qualificados, quando a sua população decresce e envelhece.

 

Treinamento de enfermeiras para cuidados com idosos no Japão

Um artigo publicado no Yomiuri Shimbun informa que o Ministério da Justiça do Japão estuda a possibilidade de conceder um visto de estrangeiro residente no país, por um prazo de cinco anos, renováveis. Isto já ocorre com 16 categorias de estrangeiros, como os qualificados para “investimento/gestão”, “negócio/serviço de contabilidade legal”, e “medicina”, que tenham certificados japoneses para tanto.

Tudo indica que esperam selecionar estudantes estrangeiros que se formaram nas organizações japonesas, como universidades e escolas especiais, entre os 380 existentes no Japão. A mudança legal permitiria, anualmente, que cerca de 900 estudantes fossem contemplados.

Quando o Japão está sofrendo uma drástica redução de sua população que envelhece rapidamente, fica difícil imaginar por que tantas exigências para qualificados estrangeiros, ainda que de forma temporária. A realidade vem mostrando que muitos tendem a ficar no Japão de forma permanente, integrando-se à sociedade local que necessita de jovens estrangeiros para atender partes destes trabalhos. Muitos agricultores japoneses procuram esposas entre as estrangeiras, pois as japonesas não se sujeitam aos duros trabalhos agrícolas que estão sendo executados somente pelos idosos.

Com a tendência atual, é muito difícil imaginar que estas necessidades são temporárias, principalmente para as que estão qualificadas no Japão para estes atendimentos, dominando o idioma local e os hábitos dos idosos, que em alguns casos estão sendo atendidos por robôs.

Atualmente, admitem-se estrangeiros que participam do EPA – Economic Partnership Agreement, incluindo enfermeiras da Indonésia, das Filipinas e do Vietnã. Também os contemplados no chamado Technical Interin Training Program, e seria acrescentado o “Nursing care” resident status. Todos estes, para residências temporárias. Aparenta um exagero de burocracia e regulamentação.

Observando-se do outro lado do mundo, com as experiências dos decasseguis descendentes de japoneses da América Latina, sente-se que haveria necessidade de maiores aberturas para imigrantes estrangeiros, notadamente dos qualificados. Mas também se observa que os trabalhadores japoneses não desejam executar as tarefas mais simples, que não exigem tais qualificações.



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