Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Projeto Ferroviário Brasil, Peru e China

16 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo publicado no China Daily, baseado na informação do embaixador brasileiro Valdemar Leão, dão conta de trabalhos tripartites que começam brevemente.

Um trecho da Ferrovia Norte-Sul seria aproveitado para ser usado no projeto tripartite

A China tem uma capacidade de pensar a prazo longo e está ampliando sua participação nos projetos latino-americanos que contam com limitações, diante das dificuldades enfrentadas por países como Argentina, Venezuela e que também envolve o Brasil mais recentemente. Nas visitas, tanto do presidente Xi Jinping para a América Latina como de presidentes locais para a China, continuam sendo reformados alguns acordos já estabelecidos, em princípio.

O assunto está no site da China Daily, na sua versão para os Estados Unidos, num artigo publicado por Zhang Yuchen. Todos sabem que a região oeste brasileira, com muitas de suas produções notadamente agropecuárias, aspira por uma saída ao Pacífico, que reduziria os custos dos transportes, ainda que tenha que transpor os Andes. Estes projetos acabam tendo uma importância geopolítica, mas para ser viável do ponto de vista econômico necessita de um fluxo razoavelmente contínuo de cargas a serem transportadas. Bem como cargas de volta para apresentarem retornos compensadores diante dos seus custos, ainda que contando com financiamentos chineses e suas tecnologias que implicam em baixos investimentos.

Para o Peru, esta ferrovia seria interessante por proporcionar condições para ampliação de suas relações com o Brasil. O projeto seria costa a costa, chegando até o litoral do Atlântico, servindo muitas localidades e mercados. É preciso compreender que os projetos ferroviários hoje dependem fortemente de volumes contínuos de escoamento, como o de minérios. Mas para os produtos agropecuários também seria uma alternativa importante, além das saídas pelos portos do sul do Brasil e também pelas ligações com a Amazônia.

Estes acordos acabam sendo importantes por não dependerem somente do período limitado de uma administração no Brasil, por envolverem interesses do Peru e da China, proporcionando um horizonte de tempo mais longo. Também estes projetos podem ser separados em trechos, que já vão servindo algumas localidades.

Deve-se considerar que a China, além de utilizar tradicionalmente as ferrovias, atualizou suas tecnologias, como de construções do material rodante, diante das elevadas demandas naquele país. Também estes projetos acabam sendo menos poluentes do que os rodoviários, que utilizam combustíveis fósseis.

O que muitos brasileiros temem é depender exageradamente da China, tanto nas tecnologias como no fornecimento de equipamentos.



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