Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Subsídios Agrícolas Chineses

4 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Um levantamento efetuado por alguns países indicam que os subsídios chineses para os agricultores superaram os dos Estados Unidos e da Europa.

 

Colheitas subsidiadas na China

Um importante artigo de Jamil Chade foi publicado no O Estado de S.Paulo informando que um levantamento efetuado por um grupo liderado pelos governos da Austrália, Chile, Canadá, Paraguai e Uruguai foi enviado à secretaria da OMC – Organização Mundial de Comércio em fins de janeiro último. Informa que os subsídios agrícolas na China chegaram a US$ 15,3 bilhões, superando os concedidos pelos Estados Unidos, estimado em US$ 12,1 bilhões e dos países europeus estimados em US$ 12,6 bilhões.

Este jornalista teve acesso a este levantamento que também aponta que o Brasil teria subsídios para os produtores agrícolas que chegam a US$ 3 bilhões. Como se sabe, o Brasil vem disputando com os Estados Unidos subsídios que foram concedidos para os produtores de algodão, tendo vencido em todas as instâncias depois de muito tempo, que devem ser compensados de alguma forma.

Os chineses alegam que estes subsídios vão principalmente para o arroz, algodão, cereais e milho, tendo como meta a redução do êxodo rural. Em dez anos, 200 milhões de chineses deixaram o campo em direção às cidades. A meta seria que a área cultivada não seja inferior a 120 milhões de hectares, representando uma produção adicional de 50 milhões de toneladas de produtos agrícolas.

Como se sabe, a China era um dos maiores compradores e importadores mundiais de produtos agrícolas, sendo relevante que os outros fornecedores mantivessem suas posições. Estes subsídios distorcem o mercado fazendo com que produtores chineses menos eficientes possam suprir o mercado local.

Esta é uma disputa de grande complexidade, pois os europeus entendem que a atividade rural e um meio de sua vida, mesmo tendo uma eficiência mais baixa. Ainda que estes subsídios venham a ser condenados, o que vai demandar muito tempo, sempre haverá artifícios para que os produtores menos eficientes sejam contemplados.

O Brasil, como um dos países competitivos nestes mercados, deve se preocupar com os subsídios que proliferam no mundo, ainda que sejam de difícil combate.



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