Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cobertura do The Economist sobre a Atuação dos Bancos

6 de março de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Os meios de comunicação social internacional, como as revistas do tipo The Economist, costumam evitar coberturas críticas sobre as atuações dos bancos, considerando os volumes de suas publicidades. Nesta cobertura, a revista não se constrange a citar até os nomes dos bancos, mostrando a sua consagrada independência.

Capa do The Economist que publica as matérias sobre os bancos

Sobre os bancos globais, a revista The Economist começa uma matéria afirmando que eles são mal geridos e são ingratos principalmente com os seus acionistas, precisando fazer reflexões. Afirma que os bancos estão novamente em dificuldades, não somente os de investimentos como o Lehman Brothers, que falindo desencadeou a crise de 2007/2008, como os especializados em hipotecas como o Northern Rock, mas os gigantescos bancos chamados de rede global. Citam nominalmente o Citigroup, HSBC e o JPMorgan Chase, afirmando que os seus retornos sobre o capital reduziram-se substancialmente entre 2006 a 2014, chegando até a 6% ao ano, quando costumavam serem superiores a 15%.

Seus dirigentes estão sendo obrigados a desconfortáveis questionamentos feitos pelos acionistas sobre os resultados, que, se forem baixos como no ano passado, estes gestores estarão em maus lençóis. Afirmam que o Deutsche Bank está repensando a sua estratégia.

clip_image003

Tabela constante do The Economist que demonstra que os retornos atuais são preocupantes

A revista informa que faz sentido os bancos procurarem uma atuação global na atual economia, mas não conseguem administrar eficientemente a gigantesca rede em centena de países, com centenas de milhares de funcionários, com dezenas de milhares de propriedades, como no caso do Citigroup. Cita fatos concretos de fracassos como no México, onde acabaram acusados até da lavagem de dinheiro. Ou de irregularidades com as legislações, como os constatados no Standard Chartered e BNP Paribas. Levanta casos de grandes perdas resolvidas por acordos como do JPMorganChase ou do Royal Bank of Scotland, todos muito divulgados na imprensa. Todos necessitarão reduzir suas dimensões e presenças globais.

O artigo menciona o aumento de regulamentações das autoridades depois da crise financeira de 2007-2008, quando as autoridades tiveram que socorrê-los dentro do conceito que eram grandes demais para falirem, quando poderiam provocar um risco sistêmico. Agora os bancos necessitam de aporte de novos capitais, mas, com os retornos que estão conseguindo, a tarefa acaba não sendo fácil, principalmente quando existe até desconfiança com a saúde financeira de alguns.

Os investidores estão perguntando se o custo de grandes redes superam os benefícios. Se não se confirmarem, tanto o Citigroup como o HSBC podem ser desmembrados, não pelas autoridades, mas pelos próprios acionistas. Os bancos globais alegam que possuem vantagens comparativas, mas existem desafios para o seu controle e os novos bancos de países emergentes como os da China ainda demorariam em concorrer com eles.

A revista sugere que os bancos globais necessitam chegar a modelos mais enxutos para poderem ajudar no processo de comércio global, com resultados para cobrirem seus custos.

No caso brasileiros os grandes bancos privados como o Itaú-Unibanco ou Bradesco possuem rentabilidades elevadas, tanto pelos elevados juros que são praticados no Brasil, receitas de muitos serviços, como atuações com os fluxos financeiros internacionais. Eles se encontram em situação privilegiadas no que se refere ao volume de capital, bem como demais regulamentações do Banco Central do Brasil.



Deixe aqui seu comentário

  • Seu nome (obrigatório):
  • Seu email (não será publicado) (obrigatório):
  • Seu site (se tiver):
  • Escreva seu comentário aqui: