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Água na Boca Só ao Ler

17 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , ,

clip_image002 Um artigo publicado no The Japan Times mostra a sofisticação possível em Tóquio para apreciação de refinados lanches rápidos como doces pouco conhecidos.

 

Foto da fachada do Kuriya Kashi Kurogi, que ilustra matéria publicada no The Japan Times

Robbie Swannerton é um sofisticado comentarista que escreve regularmente no The Japan Times, dando ótimas dicas sobre lugares incomuns que podem ser encontrado no Japão, como este Kuriya Kashi Kurogi na área de Hongo em Tóquio. É um estabelecimento especial para apreciadores sofisticados que sabem avaliar o que existe de melhor na gastronomia japonesa.

É um lugar escondido, num cenário verdejante com uma arquitetura de Kengo Kuma que aproveita as flores silvestres e folhagens frescas e pode ser visualizada na foto de sua fachada, onde algo muito especial pode ser desfrutado. O estabelecimento exige reserva de três meses de antecedência, pois segue a tradição de um restaurante já conhecido e tradicional, o Kurogi, que é um famoso ryoriya (restaurante especial servido por geishas).

Para uma refeição ligeira, pode ser encomendado um bento bako, como o que aparece na foto abaixo, que vem do restaurante principal apenas alguns minutos antes da sua chegada que precisa ser pontual, exatamente no horário combinado, sem nenhum atraso, como é do péssimo costume brasileiro.

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Bento bako que pode ser encomendado

Compreendem frutos do mar, normalmente grelhados, cubos de outras carnes, legumes e picles e fatias de soberbos tamagoyaki (omelete laminado). O arroz é adornado com ingredientes sazonais, como brotos de bambu da época ou hotaru-ika (pequenas lulas chamadas vagalumes), algo muito refinado.

Mas a atração principal são os doces japoneses (muito pouco açúcar), como o mochi warabi (pasta de arroz especial com geleia macia, de um tipo de samambaia). Evidentemente acompanhado de um chá verde de alta qualidade.

É servido com um ligeiro mergulho num xarope agridoce, tudo muito especial, salpicado com kinako (a farinha de nozes com soja torrada) junto com chá verde em pó. Lamentavelmente, só quem já experimentou algo deste tipo pode fazer uma avaliação do que são estas delícias muito sofisticadas, da mais profunda tradição japonesa.

No verão, este wagashi vem com kuzukiri, fitas claras feitas de um amido raro, derivado da raiz de kuzu, que é uma videira. A aparência transparente dá uma ideia de algo como refrigerante.

Os que têm o privilégio de conhecer algo deste tipo acabam ficando um desejo incontrolável de conhecer este lugar que certamente dá o maior destaque à sofisticação possível no máximo da gastronomia japonesa, que sai do usual mais conhecido de todos.



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