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É o Brasil e Não Somente a Petrobras

6 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002O governo brasileiro parece acuado com a crise da Petrobras, mas seus efeitos são mais amplos, exigindo medidas globais que impeçam a paralisação da economia brasileira.

Como consequência dos problemas da Petrobras, diversos setores fundamentais da economia brasileira estão sendo afetados, como a construção naval, exigindo do governo medidas globais

O governo brasileiro parece ainda atordoado com os graves problemas que afetam a Petrobras, sendo incapaz de articular um programa global para questões que também afetam a paralisação dos diversos projetos fundamentais de infraestrutura, as inovações tecnologicas que vinham ocorrendo bem como setores fundamentais como a indústria e a construção naval.

Sem uma visão global que abranja todos os setores que estão sendo fortemente atingidos, com a designação de uma autoridade de alto nível capaz de coordenar todas as medidas para superar os problemas, parece que as ações somente pontuais não são suficientes para as dificuldades presentes que se espalham por todos os setores estratégicos da economia brasileira com grande rapidez e profundidade.

Ainda que os corruptos necessitem ser adequadamente punidos, todos os mais experientes sabem que estes processos são demorados e inibidores de iniciativas por tanto tempo que necessitam continuar em andamento, numa situação de emergência. Os grupos privados que controlam as principais empreiteiras atingidas são também as que executam os importantes projetos de infraestrutura fundamentais para a economia brasileira que precisam ser separadas dos problemas existentes. São frequentes as notícias que estão ocorrendo muitos desempregos por falta de recursos financeiros, no mínimo reduzindo drásticamente o ritmo que já era lento em muitos projetos fundamentais.

Um artigo elaborado por Vanessa Jungenfeld, publicado no Valor Econômico, dá conta da desaceleração de muitos projetos inovadores que elevavam a eficiência, notadamente do setor industrial brasileiro, e que estavam ligados com os muitos programas da Petrobras. Evidentemente, a exploração do pré-sal exigia novas tecnologias dada a sua escala das operações offshore que sofreram reduções preocupantes nos seus ritmos. As regiões litoraneas ligadas a estas explorações informam o desemprego que está se acentuando, como a ociosidade de muitas atividades dos seus suportes, inclusive na construção civil.

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As cidades litorâneas próximas do pré-sal, onde havia um grande entusiasmo, hoje passam por ajustamentos

A abrangência destes impactos negativos são de dimensão que exige a designação de uma autoridade do mais alto nível para a coordenação das atividades de correção com a máxima urgência, pois os recursos financeiros necessários encontram-se paralisados, praticamente, importando em pesados prejuízos para a economia brasileira. E que esteja ligado diretamente à Presidência da República, tendo o seu respaldo, para poder atuar nos diversos setores da administração pública envolvidos com os problemas da Petrobras e com os prestadores de serviços. Trata-se de uma necessidade de emergência que foge aos padrões normais da administração pública tradicional.

Os representantes do setor privado não se sentem seguros para assumir pesados encargos indispensáveis para a simples continuidade do que já vinha sendo executado num ritmo lento. Os prejuízos para a economia brasileira podem ser profundos e de longo prazo, comprometendo até a sua recuperação, num cenário internacional pouco propício.

Parece ser o caso exigir que as atividades como da construção naval sejam consideradas como as das Zonas Especiais, comparadas com as de exportações e competitivas com as importações que já estão sendo aceleradas. Como o custo do aluguel de muitos pesados equipamentos acaba sendo mais favorável, os investimentos que estavam sendo retomados para a produção dos componentes nacionais, estão sendo paralisados. Há que se imaginar medidas emergenciais para evitar danos mais profundos para a economia brasileira, inclusive nos seus relacionamentos com grupos estrangeiros fornecedores de tecnologias.



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