Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tentando Manter-me Atualizado

6 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Pato Fu, um conjunto de rock alternativo brasileiro com origem em Belo Horizonte em torno de 1992, considerado pela revista Times entre os melhores fora dos Estados Unidos, lança novo CD com o título “Não Pare Pra Pensar”, com show no Sesc Pinheiros.

Pato Fu, composto hoje por Fernanda Takai, John Ulhoa, Xande Tamietti, Lulu Camargo, Ricardo Koctus, segundo informações disponíveis na internet

Ainda que não seja um especialista em rock, na esperança de manter-me atualizado com o que acontece no Brasil também nesta área, fui assistir ao show de lançamento do novo CD do Pato Fu, considerado como um dos melhores fora dos Estados Unidos. Fico impressionado com o descompromisso desta banda, que se autodenominam desajeitados e tentam interpretar o que seria o mundo atual, enfatizando o uso de imagens e sons. Sei que sempre existem inovações que acabam se consagrando com o tempo, mas tento aprender com o com conjuntos, como os Beatles e os Rolling Stones, da década dos anos sessenta, que impressionam até hoje pelas inovações com os quais o público ainda não estava acostumado.

Lembro-me de um show dos Rolling Stones no Hyde Park, no início de sua carreira. Fiquei impressionado com jovens com seus jeans rasgados no traseiro para deixarem expostos intencionalmente suas bundas, ainda que também fosse jovem. Era uma época em que a tradicional Inglaterra estava sendo contestada de todos os lados pela sua formalidade, com inovações na moda como com a Mary Quant com a sua minissaia.

O Pato Fu tira o máximo partido das imagens e dos sons, mais disciplinados quando comparados com os absurdos que se vê por aí. Imagino que, com a evolução que está ocorrendo, com as preocupações de sustentabilidade, haja preocupações com as visões e os ouvidos dos jovens, que estão sendo prejudicados levando-nos à preocupação com o que vai acontecer com eles nas próximas décadas.

Hoje, muitos jovens já estão com a audição prejudicada com o uso de sons demasiadamente elevados. Notam-se nos bares e restaurantes que eles estão praticamente gritando, pois não notam que estão acima do volume razoável, e tendem a piorar com o passar dos anos. Da mesma forma, o abuso com as imagens e intensas luzes frontais não podem fazer bem para até os bebês que notei na plateia.

Ainda que as músicas escolhidas, nem sempre coerentes nas suas letras, mesmo considerando que se deva admitir a liberdade poética, apelem mais para a emoção que a razão. Já os tambores africanos, ou os taikos japoneses como outros, ajudem a ferver o sangue de muitos com seus ritmos alucinantes, que também extravasam os limites da racionalidade. Como diz o título do novo CD: “Não pare pra pensar”. Talvez isto reflita os tempos atuais onde as alegrias como as tristezas tenham que ser expressar aos berros.

Existem aspectos interessantes, sem dúvida. E possivelmente atendam as necessidades de um povo que não encontra outras formas de se manifestar, contribuindo com a sua participação. Imagino que, sendo pessoas inteligentes, tentem dar uma contribuição com sua arte, para expressar melhor o que as pessoas comuns não o conseguem. Fica-se, no entanto, com a impressão que se pode chegar a um pouco mais, além da mera diversão.



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