Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nissan e Carlos Ghosn Continuam Inovando no Japão

23 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 6 Comentários »

clip_image001Carlos Ghosn é o brasileiro de origem francesa que assombrou o Japão, mostrando que executivos ocidentais podem inovar num país conservador do ponto de vista empresarial.

O brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Renault e da Nissan

Se existe um empresário brasileiro que alcançou grande sucesso no mundo, esse é Carlos Ghosn, presidente da francesa Renault e da japonesa Nissan, que conseguiu uma atuação conjunta das duas empresas. Quando a Nissan passava por dificuldades, convenceu Carlos Gohsn a se tornar seu presidente, ainda que muitos analistas entendessem que empresários ocidentais tivessem pouca chance para se destacar no mundo empresarial japonês, que tinha uma grande tradição de governança diferenciada, com as orientações adotadas no Japão.

Ele absorveu rapidamente a cultura japonesa, aproveitou o melhor dela e introduziu inovações com o que tinha acumulado na sua longa experiência no Brasil e na Europa. Acabou impressionando os japoneses, de tal forma que acelerou o processo pela qual muitas grandes empresas japonesas perdessem o receio de utilizar experientes executivos ocidentais, na tentativa de se tornarem empresas multinacionais.

Um dos costumes que persistiam no Japão era a concentração dos resultados operacionais como recursos para novos investimentos das empresas, não proporcionando remunerações internacionais para os empresários que conseguissem bons resultados.

Agora, uma notícia divulgada pelo The Japan Times, com base na nota proveniente da Bloomberg, informa que, com base no balanço fechado pela Nissan em março último (ano fiscal japonês se encerra neste mês), ele conseguiu entre salários e bônus uma remuneração anual que chega a US$ 8 milhões, ou seja, mais de R$ 2 milhões por mês somente nesta empresa japonesa.

Dentro da atual política econômica japonesa, denominada de Abeconomics, procura-se ativar a melhoria dos salários, de forma a estimular a demanda local, o que vem se conseguindo somente de forma parcial. O exemplo da Nissan, começando pelo seu presidente, deve ajudar nesta mudança de muitos costumes empresariais dos japoneses.

A Nissan vem executando operações que a destacam no setor automobilístico mundial. Conseguiu que os táxis de Nova Iorque fossem da Nissan, vencendo a concorrência com outras tradicionais norte-americanas. Isto vem abrindo mercados em diversas partes do mundo para seus veículos especializados para táxis.

Também na próxima Olimpíadas do Rio de Janeiro, os carros oficiais são da Nissan, o que dá uma grande visibilidade mundial dos seus veículos. No Japão, ainda que os resultados da Nissan sejam somente de um quinto da Toyota, sua remuneração é quatro vezes superior a do presidente da rival. Os resultados da Honda ainda não foram anunciados, mas deve acontecer algo semelhante.

Em termos internacionais, quando comparados com as remunerações da Ford e da General Motors, o da Nissan não é tão elevado, mas quando somado com a da Renault pode chegar perto.

Certamente, Carlos Ghosn é um empresário que orgulha os brasileiros, mas seria interessante que outros também tivessem papel destacado no mundo, necessitando que seus trabalhos no Brasil também proporcionassem resultados expressivos, o que parece não estar acontecendo no momento.


6 Comentários para “Nissan e Carlos Ghosn Continuam Inovando no Japão”

  1. Maria
    1  escreveu às 13:30 em 23 de junho de 2015:

    Carlos Ghosn é um produto francês, embora tenha nascido no Brasil.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 00:56 em 24 de junho de 2015:

    Cara Maria,

    Como um país de muitos imigrantes quisera ter mais Carlos Ghosn, que fossem produtos internacionais, pois temos alguns.

    Paulo Yokota

  3. Juliana Cruz
    3  escreveu às 15:22 em 23 de junho de 2015:

    Um exemplo esse Carlos Ghosn!

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 00:54 em 24 de junho de 2015:

    Caro Juliana Cruz,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  5. Gediel Bueno
    5  escreveu às 21:30 em 23 de junho de 2015:

    O Carlos Ghosn é “tão brasileiro” que fala português com forte sotaque. Aliás, ele se formou em engenharia na França… Patriotada tem limite!

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 00:53 em 24 de junho de 2015:

    Caro Gediel Bueno,

    O Brasil é um país que recebeu muitos imigrantes e seus descendentes possuem sotaques, como eu e muitos nikkeis. Não penso que temos que ter complexos, mas orgulhos se muitos estudaram no exterior. Temos muitos que se destacam no exterior, tendo inclusive duplas nacionalidades. Outros países como os Estados Unidos também possuem até estrangeiros que adquiriram nacionalidade norte americana e conseguiram posições de destaque no exterior.
    Não temos necessidade de nenhuma “patriotada”, e temos orgulho do que realizamos no Brasil ou no resto do mundo. Quisera que tivemos mais Carlos Ghosn.

    Paulo Yokota


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