Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novo Risco Para o Brasil no Comércio Internacional

25 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Até nos Estados Unidos, onde o Congresso tem um grande peso, o Senado concedeu ao presidente Barack Obama o chamado “fast track” para ele poder acelerar o TPP – TransPacific Partnership.

Foto do Capitólio, onde também fica o Senado norte-americano

Todos sabem que nos Estados Unidos o Congresso tem muito poder e atualmente está sendo controlado pelos republicanos, do presidente Barack Obama. Quando se trata de assuntos de política comercial internacional, eles possuem dificuldades para conciliar todos os interesses, havendo forças empresariais expressivas que vão além da divisão pelos partidos. Barack Obama conseguiu uma expressiva vitória, quase na fase final do seu mandato, o chamado “fast track”, que lhe delega o poder para negociar o chamado TPP – TransPacific Partnership que se encontrava num ritmo de entendimento relativamente lento.

Este acordo de livre comércio envolve 12 países da Bacia do Pacífico, sendo liderado pelos Estados Unidos. Além dos americanos, a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnam integram o grupo. No fundo, fazem frente à China e seus aliados. Os congressistas norte-americanos, normalmente, procuram reservar os poderes para negociarem até os pequenos detalhes e só concedem o “fast track” quando o partido dominante conta com uma grande maioria e encontra-se no poder, o que não acontece no momento.

Evidentemente, a decisão final do TPP dependerá do Congresso, notadamente do Senado. Mas as negociações que costumam ser demoradas e duras, sem o “fast track” tornam-se praticamente impossíveis, como vinha acontecendo com extrema dificuldade.

Este TPP, quando em funcionamento, acabará prejudicando os países que não fazem parte deste acordo, como o Brasil que tem um grande movimento comercial com alguns destes países membros. O natural é haver uma tendência para as mudanças de fornecedores para outros países do TPP, em prejuízo dos fornecimentos como do Brasil, que também não poderá se beneficiar do aumento do comércio dele decorrente.

Quando o governo brasileiro recupera a consciência de que o comércio internacional é vital para o seu desenvolvimento, na medida em que não adota uma política de participar destes acordos, que aumentam em todo o mundo, acaba ficando isolado deste comércio que deverá ocorrer no futuro. O Brasil sempre protegeu exageradamente o seu mercado interno das concorrências externas, sendo considerado como dos mais fechados, com tarifas de importação das mais elevadas, que já não é um mecanismo eficiente no mundo globalizado.

Sem uma mudança radical de sua política de comércio exterior, tenderá a contar com menos oportunidades, tanto de aumento de suas exportações como das importações utilizando as divisas externas.



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