Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Globo Sugere Como se Comportar no Japão

19 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 8 Comentários »

clip_image002O Globo sugere para turistas brasileiros como se comportar no Japão para não cometer algumas gafes, aos quais se podem acrescentar algumas observações, diante das naturais diferenças culturais.

O número de turistas no Japão está aumentando, inclusive de brasileiros

O Globo publicou uma lista de recomendações para turistas no Japão, com base numa elaborada pela CNN, que poderiam ser acrescentadas em alguns detalhes utilizando as experiências de muitas viagens e um período de residência em Tóquio para atividades profissionais na Ásia.

O primeiro, segundo O Globo, seria a observância restrita das regras de trânsito, inclusive para pedestres. Uma vez cruzei uma rua secundária que estava com um congestionamento de carros, com os todos parados. Fui advertido pelo policial indicando o sinal fechado e, no Japão, ele é uma autoridade que todos respeitam, sem exceção, como fiz. Compreende-se que sem um mínimo de ordem, uma cidade como Tóquio seria um verdadeiro caos.

O segundo é uma advertência para os fumantes. A rua não é um lugar adequado para se fumar e existem locais fechados para isto, em algumas localidades limitadas, que costumam estar cheios de usuários. Também existem fumódromos em algumas empresas maiores, muito malcheirosos pelo seu intenso uso.

O terceiro é a recomendação que não apontem os dedos para as pessoas no Japão. Até mesmo o olhar nos metrôs é considerado invasão dos espaços individuais e eles procuram ler ou usar os celulares para alguns jogos para evitar estes olhares considerados inconvenientes. Os japoneses não apreciam serem tocados nos seus corpos e os cumprimentos respeitosos devem ser abaixando a cabeça, sem se estender a mão.

Uma quarta recomendação é o respeito às filas e nem os idosos ou deficientes contam com preferências. Alguns idosos se sentem ofendidos se são tratados como desiguais. Já houve casos que o oferecimento de um lugar para sentar mereceu uma resposta, como se estes idosos estavam sendo considerados deficientes. Mas existem alguns lugares que estão reservados preferencialmente para eles.

Uma quinta é quanto ao uso de celulares, tanto nos transportes públicos como nos restaurantes. Causar inconveniências aos outros é considerada uma falta de educação grave no Japão. Evita-se falar alto ou provocar algazarras que são comuns em grupos de turistas brasileiros. Até um espirro é evitado com lenços ou o uso de máscaras para não transmitir vírus para os outros.

Uma sexta seria o uso de calçados nas residências e em muitos lugares, como restaurantes. Nas toaletes costumam se usar tipos de tamancos para evitar a contaminação, costume que também é adotado nas escolas.

A sétima listada é o uso de gratificações. Os serviços nos hotéis como em outras atividades são supostos estarem incluídos nos preços, não havendo necessidade de acréscimos, ainda que alguns estabelecimentos costumes ocidentais também já sejam aceitos.

Ainda que o número de turistas estrangeiros esteja aumentando no Japão, é preciso considerar que os japoneses são a sua maioria absoluta, com poucos residentes estrangeiros. Morando por muito tempo num arquipélago, possuem uma cultura peculiar do qual se orgulham. E desejam ser respeitados nas suas formas de viver.

Não se deve supor que os japoneses entendam o inglês que hoje é um idioma universal. Sempre que possível, recomenda-se que se peça nos hotéis escreverem os locais para os quais se deseja deslocar, tanto para efeito de táxis como outros meios de transporte. Ainda que na média os japoneses procurem ser delicados, é preciso entender que o inglês deles é baseado no sistema de sua escrita, que é basicamente por sílabas e alguns sons não existem para os japoneses.

Um grupo de brasileiros encontrou uma grande dificuldade para voltar ao hotel onde estavam hospedados, que se chamava Palace. Para o japonês seria PA-RE-SU, pois não utilizam o “ele” e as terminações das palavras são numa silaba como escrevem nos alfabetos japoneses hiragana e katakana. Algo semelhante aconteceu numa lanchonete, onde os brasileiros desejavam Ham and Egg, que para o japonês seria HA-MU ANDE E-GU.

Principalmente em Tóquio, é indispensável que os turistas utilizem mapas, pois nem todas as ruas são conhecidas pelos seus nomes e a numeração é pela quadra, na sequência numérica das autorizações para as construções originais. Portanto, rua tal e número tal não faz nenhum sentido para o japonês. Algumas referências usadas são históricas, como em frente a tal portal que já não existe há décadas. O usual é que todos os locais sejam mapeados, pois para um táxi chegar ao lado oposto da rua pode demandar mais meia hora, obedecendo-se os sentidos das ruas.

É preciso observar nas eventuais compras que muitos aparelhos elétricos contam com especificações para o Japão como para alguns países estrangeiros, e a do Brasil pode estar já fora de uso internacional. Nas alimentações, mesmo os turistas brasileiros que estejam acostumados aos restaurantes japoneses no Brasil podem enfrentar dificuldades, pois os hábitos são diferentes.

Por exemplo, pedir num estabelecimento de sushi ou sashimi um tempura pode ser constrangedor, pois eles costumam ser especializados. Como existem muitos mostruários com réplicas dos pratos em plástico, com os respectivos preços, parece que o mais prático seja apontar o que desejam.

No Japão, existem muitos vasos nas toaletes que são eletrônicos, mas a maioria está com as indicações em japonês e o mais prático acaba sendo solicitar esclarecimentos sobre os seus usos nos hotéis. Parecem ser estes os problemas mais usuais para os turistas brasileiros, ainda que já tenham muitas experiências internacionais.


8 Comentários para “O Globo Sugere Como se Comportar no Japão”

  1. Laila
    1  escreveu às 21:58 em 19 de junho de 2015:

    “Uma quarta recomendação é o respeito às filas e nem os idosos ou deficientes contam com preferências.”

    Como assim? No Brasil, temos o Estatuto do Idoso e garante vários direitos aos idosos.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 11:58 em 22 de junho de 2015:

    Cara Laila,
    Estes problemas culturais e comportamentais são pouco influenciados por regulamentações, na minha modesta opinião. No Japão como em muitas partes da Ásia os antigos ensinamentos de Confúcio de respeito aos idosos, aos mais velhos, aos pais e as mestres continuam tendo seus efeitos.
    Mas, há mudanças que estão se processando, tanto no comportamento dos idosos como dos jovens. O princípio japonês atual é que ser idoso não é uma doença, é algo natural dos seres humanos e muitos idosos chegam a ser contrários a tratamentos diferenciados. Acho que citei que fui reprendido por uma senhora idosa quando ofereci o meu lugar no metrô, pois ela se considerava igual aos mais jovens. Muitos jovens japoneses estão adotando comportamentos mais Ocidentais, esquecendo de preservar o que existe de bom na Ásia, infelizmente.

    Paulo Yokota

  3. ÍCARO
    3  escreveu às 14:36 em 20 de junho de 2015:

    Casal de namorados pode beijar na boca nas ruas, praças, transportes coletivos, shopping etc. no Japão?

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 11:41 em 22 de junho de 2015:

    Caro Ícaro,

    Os japoneses, regra geral, não costumam demonstrar afetos pessoais em público, salvo em regiões restritas como Harajiku que é de domínio de jovens descolados.

    Paulo Yokota

  5. Juliana Cruz
    5  escreveu às 16:05 em 22 de junho de 2015:

    Pois taí, que vou guardar todas essas recomendações!
    Vai que um dia precise ir ao Japão , já não farei nada errado . rs
    Sobre a questão dos idosos ou os mais velhos já sabia, mas de não poder olhar ou apontar para alguém essa eu íria cometer se eu não tivesse lido. kkk

    Matéria muito boa! 😉

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 18:32 em 22 de junho de 2015:

    Cara Juliana Cruz,

    É, vivendo e aprendendo.

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  7. Juliano Barbosa Coimbra
    7  escreveu às 20:36 em 22 de junho de 2015:

    Paulo, como proceder, então, na paquera? Quando vou a um país estrangeiro, sempre procuro “ficar” com uma mulher local. Modéstia a parte, com certo sucesso! Tenho projeto de ir ao Japão, no futuro. Grato.

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 03:24 em 23 de junho de 2015:

    Caro Juliano Barbosa Coimbra,

    Não sou a pessoa indica para este assunto.

    Paulo Yokota


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