Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Takeshi Morita Num Artigo de O Globo

9 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

clip_image002O Japão foi o único país que sofreu em 1945 os lamentáveis e desnecessários bombardeios atômicos, e Takeshi Morita, hoje com 91 anos, é um dos sobreviventes que vive em São Paulo.

Foto de Takeshi Morita que ilustra matéria publicada no O Globo

Takeshi Morita é o líder de uma organização em São Paulo que reúne as vítimas das bombas atômicas que vivem no Brasil. Eles são examinados regularmente com um check-up efetuado no Hospital Santa Cruz para acompanhar a evolução de sua saúde, onde o conheci pessoalmente. Alguns como ele já chegaram a mais de 90 anos e estão bem.

Ele relata aos jornalistas Marina Gonçalves e Tiago Dantas, de O Globo, que era um policial em Hiroshima aos 21 anos, quando viu desaparecer a sua casa e tudo escurecer. Foi atingido por uma chuva negra sofrendo as radiações como cerca de 90 a 170 mil pessoas que foram mortas em Hiroshima e Nakasaki. Mas sobreviveu porque, apesar da sede, não bebeu as águas contaminadas.

Apesar de estar trabalhando no Japão no pós-guerra, ele começou a sentir problemas de saúde e recebendo um conselho de quem tinha vivido no Brasil, vendeu tudo que tinha e imigrou para este país, na esperança que as condições locais ajudassem na preservação de sua saúde, como realmente aconteceu. Ele ajudou a organizar a entidade que chegou a reunir mais de uma centena de vítimas das bombas atômicas que viviam no Brasil, sendo ainda hoje existem muitos dos seus sobreviventes.

Ele deve seguir, apesar dos seus 91 anos, em agosto próximo para o Japão onde haverá uma cerimônia relembrando os lamentáveis episódios de Hiroshima, na esperança que a Humanidade não venha mais a utilizar armamentos atômicos, cujos estoques ainda estão nos arsenais de alguns países.

Até os brasileiros que estão longe dos potenciais alvos dos lamentáveis conflitos devem conhecer estes sobreviventes dos bombardeios atômicos, para reforçarem suas convicções das necessidades de abolição destes terríveis armamentos. Todos sabem que continuam existindo problemas de contaminações com as radiações atômicas, com acidentes como os mais recentes em Fukushima, apesar de seus usos estarem tornando mais seguros. Também no Brasil houve problemas em Goiás, com equipamentos médicos mal cuidados que provocaram vítimas.



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