Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estranha Tendência nos Suplementos Semanais Brasileiros

27 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Devemos reconhecer que a crise econômica e as modificações tecnológicas estão impondo mudanças substanciais nos diversos meios de comunicação social, notadamente no Brasil, e na necessidade de economias registram-se algumas deteriorações nas suas qualidades, bem como redução nos seus tamanhos. No entanto, observa-se que o mesmo acontece no exterior, mas muitos jornais procuram preservar a qualidade dos suplementos semanais.

Uma capa passada do suplemento Eu & Fim de Semana, que parece ser uma exceção brasileira

Parece natural que as leituras destinadas aos fins de semana nos principais jornais do mundo tratem de diversos assuntos de interesse dos leitores com maior profundidade. Nem sempre o cotidiano apresenta possibilidades para reflexões de maior cuidado e os artigos elaborados por jornalistas ou outros profissionais, inclusive intelectuais, costumam permitir comparações com outras situações semelhantes, que servem como referências ou o que se convencionou chamar benchmark. As pesquisas científicas necessitam de padrões de comparação para serem avaliadas adequadamente, pois podem induzir a erros se concentradas somente num caso.

Acompanhando alguns suplementos de jornais no exterior, nota-se que costumam conter matérias que induzem a reflexões mais profundas, que extravasem os limites do cotidiano, enriquecendo o conhecimento dos leitores. No Brasil, nota-se que alguns destes suplementos, por questão de economia, aparentam encargos adicionais aos seus autores, dando a impressão que procuram simplesmente livrar-se deles, com tratamentos superficiais ou exageradamente intelectuais que interessam a poucos.

Mesmo garimpando matérias de maior interesse, fica difícil de localizare os mais elaborados que adicionem informações dando novos prismas de observação de muitos fenômenos. Notam-se casos onde os anunciantes perdem o interesse em investir nestes suplementos, indicando baixa leitura. Evidentemente existem sempre as honrosas exceções que induzem a constatar a regra.

Observa-se também que profissionais experientes estão se tornando responsáveis por iniciativas próprias, sendo que os veículos utilizam novos cujas análises não contam com o respaldo da experiência acumulada ao longo da carreira. Também os erros estão se repetindo, pois não existem mais os revisores que podem detectar algumas insuficiências ou falhas que são humanas. Isto acaba reduzindo a credibilidade de alguns veículos.

Também vem se observando o excesso de engajamento ideológico, ainda que a imprensa tenha sempre o papel de apontar os erros que estejam ocorrendo no Brasil. Isto parece contaminar também as revistas semanais ou mensais. Há que diferenciar os problemas de alguns grupos políticos ou privados com os de interesse nacional de prazo mais longo, que extravase os mandatos para os quais muitos foram eleitos.

A aparente confusão que está ocorrendo parece exigir reflexões mais profundas, no que os suplementos dos jornais poderiam ajudar.



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