Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Impactos das Quedas dos Preços das Commodities

27 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

No mundo globalizado, ainda que a queda dos preços de algumas commodities como energias e matérias-primas industriais possa ser encarada como positiva para a economia, os preços das agrícolas afetam negativamente algumas regiões. Para o Brasil, que é um grande exportador de minérios e produtos agrícolas, os efeitos são mais desastrosos.

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Na ilustração constante do artigo da Bloomberg, os estados em azul mais escuro são os mais afetados negativamente pela queda dos preços das commodities

Ainda que um artigo de Steve Matthews publicado no site da Bloomberg refira-se aos impactos diferenciados sobre os estados norte-americanos, como o Brasil é um grande exportador de minérios e produtos agrícolas, os efeitos sobre a economia brasileira são mais dramáticos, mesmo que as energias sejam menos importantes.

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Este gráfico constante do artigo da Bloomberg mostra as quedas de um ano nos preços das principais commodities, inclusive dos agrícolas que afetam diretamente o Brasil

Os minérios, principalmente de ferro que são exportados pelo Brasil e são importantes na geração de divisas, estão sendo fortemente afetados, prejudicando grandes empresas como a Vale. Os produtos agrícolas como soja, café, algodão e carnes vieram sustentando parte importante da economia brasileira, além de proporcionarem efeitos sobre serviços, como de transportes e armazenagens, e até atividades bancárias, além das agroindústrias.

Os empregos criados por estas atividades estão sendo afetados, como nos Estados Unidos, onde até os restaurantes de algumas regiões estão mais vazios. Algo semelhante acaba ocorrendo no Brasil, mostrando que seus efeitos são significativos.

Como o petróleo também sofreu um grande ajustamento, muitas atividades, independente dos problemas de corrupção na Petrobras, acabaram afetando várias regiões no Brasil. Com os preços atuais, todos os produtores estão mais conservadores, limitando seus investimentos, o que afeta áreas que foram ampliadas esperando aumentos significativos. Até as atividades imobiliárias foram afetadas, pois foram construídos moradias e espaços para escritórios que não estão sendo utilizados. Todos os serviços de apoio à atividade petroleira deixaram de apresentar crescimentos, encontrando-se numa atitude de espera.

Com os esforços conservacionistas que deverão se intensificar nas próximas décadas, ainda que o pré-sal tenha perspectivas rentáveis, não são mais as maravilhas esperadas, de onde poderiam ser extraídos recursos para atividades educacionais, de saúde ou assistência social.

Portanto, não se trata somente de um problema brasileiro, mas que está afetando até os Estados Unidos, além de todos os países que já tiveram períodos áureos para as suas economias, com a produção e exportação do petróleo.



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