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Kabuki Tradicional do Japão Apresentado em São Paulo

16 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Das formas mais tradicionais do teatro japonês destaca-se o Kabuki, que é praticado no Japão há mais de quatro séculos contando com apreciação popular, e que apresenta agora uma versão mais internacional e contemporânea no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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Kabuki do Japão apresentado em São Paulo no Sesc Pinheiros

A figura principal na apresentação no Brasil é Fujima Kanjuro VIII, da oitava geração do Grande Mestre da Escola Soke-Fujita, pois no Kabuki os seus comandos passam de uma geração para outra. Esta escola tem a característica de utilizar a dança numa forma mais despojada, mas extremamente formal e sofisticada.

A versão apresentada em São Paulo teve uma primeira parte mais clássica, religiosa, chamada Okina, que é um pedido de boa sorte e prosperidade. A segunda parte foi uma apresentação de uma peça que foi denominada “A lenda da aranha da terra” ou “o sacerdote Ishi-gumo e a princesa fada Shira-giku”, uma coreografia de Fujima Kanjuro VIII, que apresenta uma versão do Kabuki mais contemporânea, para melhor compreensão daqueles que possuem menos informação sobre este tipo de teatro, como se supõe que sejam os ocidentais. Foi dividida em cinco atos curtos.

No Japão, as apresentações do Kabuki costumam ser longas, sendo até cansativas para os aficionados. Existem teatros que contam com muitos lanches tradicionais que são apreciados pelo público enquanto aguarda a apresentação ou nos seus intervalos, que faz parte de todo o espetáculo.

O apresentado no Brasil difere do Kabuki tradicional que é mais hermético, de compreensão muito difícil para os que não são aficionados deste tipo de teatro, utilizando efeitos que permitem a apreciação daqueles que não estão muito familiarizados com o Kabuki.

Todos sabem que no Kabuki as personagens femininas são também interpretadas pelos artistas homens que são treinados exclusivamente para estes papéis por décadas. Toda a apresentação é acompanhada por uma orquestra que conta com cantores, shamisen, koto, tambores e flautas, que são os instrumentos tradicionais do Japão.

O que se observou foi que o público brasileiro era sofisticado e bastante acostumado com danças exóticas, demonstrando que apreciou o espetáculo, mesmo sem o entender totalmente, o que é difícil também para os que conhecem um pouco da cultura japonesa.



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