Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Responsabilidades Europeias Com os Imigrantes

31 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Muitas pessoas questionam quais seriam as causas das responsabilidades dos europeus na acolhida dos imigrantes, além das razões humanitárias. Em função dos trabalhos conjuntos com as Nações Unidas no atendimento dos refugiados políticos, podemos apontar algumas justificativas nem sempre conhecidas.

Os europeus possuem outras responsabilidades, além das razões humanitárias

Foi no período colonialista da história da humanidade que países europeus dividiram arbitrariamente os países do Oriente Médio e da África, sem respeitar sequer as áreas ocupadas pelos diversos povos. Assim, o Oriente Médio foi dividido pelos ingleses e franceses que estabeleceram as fronteiras dos diversos países, sem respeitar as ocupações já existentes dos diversos grupos étnicos, o que se agravou depois das Primeira e Segunda Guerra Mundial, com a extinção de alguns países como o que aconteceu com os armênios e curdos, ampliando o número dos chamados apátridas. Os conflitos em muitos países da região continuam se agravando, aumentando os refugiados políticos.

Algo semelhante ocorreu na África com muitos países ocupados pelas metrópoles europeias, que, além dos ingleses e franceses, envolviam belgas, holandeses e até portugueses, sem que as áreas ocupadas pelas diversas tribos fossem respeitadas. Até hoje, além das fronteiras políticas dos países que conquistaram a sua independência, a realidade tribal é mais forte, fazendo com que até autoridades políticas locais tenham que encontrar mecanismos de convivência com os chefes tribais. As metrópoles não permitiam que os locais tivessem educação universitária, para mantê-los subordinados.

Uma parcela dos atuais refugiados que procuram a Europa se origina dos conflitos que continuam existindo, além do desenvolvimento econômico que se concentrou nos países europeus e outros como os Estados Unidos e o Japão. Muitos dos países do Oriente Médio só conseguiram continuar independentes pelos fornecimentos do petróleo, que beneficiam uma pequena parcela dos seus mandantes, sem que toda a população conte com as mesmas vantagens.

Poucos dos novos países africanos conseguiram um desenvolvimento sustentável, continuando a ser fornecedores de algumas matérias-primas minerais, além do petróleo. O seu desenvolvimento ainda não consegue proporcionar empregos condignos para toda a população, diante das vantagens que são mantidas pelas empresas europeias e algumas outras multinacionais, sem que atividades industriais diversificadas, desenvolvimentos agropecuários e de serviços tenham grande expressão.

Parece natural que populações sofridas de muitos países, dominados por estes europeus, procurem melhores condições de vida nestas antigas metrópoles, principalmente as que apresentam facilidades dos idiomas que aprenderam.

Alguns países asiáticos e latino-americanos também passaram por situações semelhantes, ainda que num grau menos acentuado. No passado, chineses e hindus também emigraram para países europeus, mas encontraram possibilidades em outros países do mundo que necessitavam de imigrantes, como os Estados Unidos, Canadá e a Austrália.

Parece, portanto, existir muitas razões para países que não estão tendo mais crescimentos demográficos procurarem encontrar mecanismos de acomodações destas tensões sobre as quais possuem uma parcela de responsabilidade.



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