Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ainda as Dificuldades Brasileiras

11 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

imageDiagnóstico da presidente Dilma Rousseff constante da entrevista concedida ao Valor Econômico pode estar correto, mas o posicionamento do governo ainda não mostra a consciência da necessidade de um conjunto de medidas de maior profundidade.

Mesmo com um diagnóstico mais adequado, a presidente Dilma Rousseff e a sociedade brasileira não parecem convencidas da necessidade de um conjunto de medidas mais radicais, mexendo até nas verbas de aplicação obrigatórias

Um artigo publicado por Denise Neumann no Valor Econômico parece mais realista na atual situação econômica, política e social do Brasil. Nas entrevistas que ela vem concedendo, como a do Valor Econômico, parece conter um diagnóstico da situação adequada, mas que está sendo atropelado pelos acontecimentos. As soluções apontadas, que não estão ainda unificadas no governo, parecem ser insuficientes.

Há que se mexer nas parcelas consideradas obrigatórias no orçamento que somam mais de 90%, vinculadas às receitas da Saúde (9,3% das despesas), Educação (9,3%) e da Previdência (39%), benefícios do funcionalismo público (20%), abono salarial e seguro-desemprego (5,3%), Bolsa Família (2,6%) e Assistência Social (3,8%), entre outros. Quem tem experiência na administração pública sabe que sempre existem “gordurinhas” apreciáveis que decorrem simplesmente de orçamentos anteriores indexados nas suas correções para os próximos, que precisam ser criticados nos seus conteúdos.

A afirmação de já ter enxugado tudo que era possível, havendo necessidade de recursos tributários adicionais, não demonstra o empenho de cortar na própria carne e de forma séria. Os níveis ministeriais e da Presidência não entram nestes detalhes e só contam com tabelas englobando tudo, inclusive calamidades que não fazem mais sentido. Existem sobreposições entre órgãos do governo, inclusive agências e estatais, que precisam ser examinados com rigor.

Isto só pode ocorrer em nível de administradores de carreira que possuem habilidade para tanto, e não pelos ocupantes eventuais dos chamados DAS – cargos de direção e assessoria superior, que são considerados de confiança. Muitos dos que possuem estas comissões nem exercem mais tais cargos, mas não são exonerados. É preciso estabelecer uma rotina sistemática para revisões de tempos e tempos para um verdadeiro “freio de arrumação”.

Isto também costuma ocorrer com muitos programas que precisam ser revistos, pois não são mais prioritários atualmente. O que tende a ocorrer são camadas que vão sendo sobrepostos pelas diversas administrações, sem que as anteriores sejam canceladas.

Pode-se conceber que as administrações arrogantes, que não ouvem os experientes nas gestões anteriores, não tenham conhecimento dos milhares de artimanhas usadas pelas máquinas públicas. Pior ainda, como o PT e outros partidos políticos vieram contando com contribuições de funcionários nomeados no passado para o seu sustento, tendeu-se a institucionalizar estes gastos públicos que poderiam proporcionar volumosos cortes de despesas.

Nada mais inadequado que afirmações que todos os cortes possíveis foram efetuados, fatos que diminuem a credibilidade dos atuais administradores. O aspecto positivo de tudo isto é que existem muitas alternativas que podem ser trabalhadas, mas que exigem determinação e muito empenho por longos períodos.



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