Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças das Aplicações das Reservas Internacionais

8 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Ainda que o Tesouro norte-americano remunere muito pouco os investimentos feitos pelos estrangeiros, inclusive reservas internacionais de países, todos entendem que são os mais seguros nos períodos de turbulências. Como tais volumes são gigantescos, as mudanças que estão se observando ainda são insignificantes, embora já estejam ocorrendo.

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Gráfico constante de um artigo publicado no The Wall Street Journal e reproduzido em português no Valor Econômico

Um artigo elaborado por Min Zeng e Lingling Wei, publicado originalmente em inglês no The Wall Street Journal, foi divulgado em português no Valor Econômico. Informa que na atual situação de dificuldades de alguns países emergentes como a China, a Rússia, o Brasil e Taiwan, parte de suas reservas está se reduzindo, mesmo não sendo nada alarmante. Como muitas estão aplicadas em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, nos chamados Treasurys, elas estão começando a apresentar uma ligeira queda, que não chega a influir na política daquele país, onde se aguarda um início da elevação dos juros, que está em zero por cento por muito tempo, desde 2008.

No caso dos Estados Unidos, estes recursos ajudam a manter a sua dívida pública com baixos custos, pois a preocupação maior de todos é a sua segurança e não a rentabilidade. Quando existem necessidades de recursos, como gozam de elevada credibilidade, captam no mercado sem que os juros sejam afeados. No fundo, o Tesouro norte-americano acaba desempenhando um papel que deveria ser efetuado por um organismo internacional como o FMI, que acaba tendo um papel menor, mais de assistir a alguns países que se encontram em dificuldades temporárias, recomendando mudanças em suas políticas econômicas.

Existem também outros organismos, como o BIS – Banco Internacional de Compensações, que acabam funcionando como um banco central dos bancos centrais, evitando que haja grandes turbulências no sistema financeiro internacional. Mas todos acabam aceitando restrições que são impostas pelos poucos grandes bancos privados, que possuem poder para provocar riscos sistêmicos na economia mundial. É o caso, por exemplo, da necessidade da regulamentação dos exagerados fluxos financeiros internacionais, que prejudicam os câmbios de muitas economias.

Ainda que nada seja alarmante, há indicações de mudanças, notadamente nos países emergentes, inclusive na China, que veio aumentando o seu papel no mundo. As desacelerações no seu crescimento econômico acabam provocando pequenas movimentações nas suas reservas, consideradas soberanas e possuem um comportamento diferente do que ocorre com os grupos privados.

Mas são indícios que algumas mudanças estão começando a ocorrer, havendo possibilidade, com a sua persistência, de alterações no cenário internacional, como a constatação que a Rússia já não é o contraponto dos Estados Unidos, papel que passou a ser desempenhado pela China. Mas não se pode subestimar suas influências como acontecimentos que estão ocorrendo na Síria, que pode desencadear um problema de difícil controle, na medida em que os Estados Unidos e a Rússia não conseguem coordenar suas ações.



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