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Reivindicações das Mulheres Japonesas para o Trabalho

16 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , | 2 Comentários »

clip_image002O Japão enfrenta duas necessidades importantes que exigem aperfeiçoamentos no seu sistema de trabalho feminino formal. De um lado, uma suavização do declínio demográfico e de outro o trabalho das mães nos trabalhos formais, onde ainda havia um atraso relativo comparado com outros países.

Mães japonesas necessitam de flexibilidade para exercerem empregos formais. Ilustração do artigo no The Japan Times

Um artigo elaborado por Tomoko Otake sobre organizações japonesas que estão reivindicando mudanças nas leis trabalhistas para ajudar as mães japonesas nos trabalhos formais foi publicado no The Japan Times.

Uma organização chamada Matahara Net, sem finalidade de lucro, está atuando contra as discriminações às mulheres grávidas e intimidações para aquelas que desejam ter seus filhos no Japão, para que possam contribuir com os seus trabalhos para a economia japonesa, com aperfeiçoamentos na atual legislação.

Uma petição inicial envolvendo mais de 7 mil pessoas foi apresentada numa reunião do Labor Policy Council, um painel promovido pelo Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão neste começo do mês de outubro. Na atual legislação, com base na Lei para a Puericultura e a Lei da Família, os empregadores podem deixar de atender mães que não tenham um ano de trabalho temporário na empresa por menos de um ano ou mais, as trabalhadoras podem cuidar do filho por um ano após o parto e o contrato de trabalho pode ser interrompido quando as crianças completarem dois anos.

O trabalho temporário vem aumentando no Japão, sendo responsável por 40% dos empregos, sendo de 60% das mulheres em 2014. Somente 4% das mães conseguem retornar ao trabalho anterior. Afirma-se que as condições não são transparentes, numa economia onde a terceirização é muito elevada.

A fundadora da Matahara Net, Sayaka Isatabe, que está sendo elogiada pelos Estados Unidos, pretende alterações nesta legislação para que o percentual de volta ao trabalho seja acima dos miseráveis 4%, o que está mobilizando muitas mulheres.

É preciso informar também que poucas empresas japonesas possuem locais para a estada das crianças quando as mães estão trabalhando, bem como as creches como as existentes no Brasil são raras. As mães não contam com alternativas, numa sociedade em que a cultura dominante é as mulheres ficarem responsáveis pela administração da casa e educação dos filhos. Há muitos avanços que precisam ser conquistados.


2 Comentários para “Reivindicações das Mulheres Japonesas para o Trabalho”

  1. Setsuko Watanabe
    1  escreveu às 10:09 em 17 de outubro de 2015:

    O Japão tem um dos índices de criminalidade mais baixa do mundo e isto é, o reflexo dos cuidados da primeira infância das mães. A saída das mulheres para compor a força de trabalho no período reprodutivo deixa de atender a fase mais importante da formaçao do pensamento da criança (trasmissão de valores morais, éticos e respeito por si e aos outros). Visto por esse ângulo não vejo nenhum benefício em apoiar a saída das mulheres para trabalho. Elas poderão trabalhar após terem criado os seus filhos. Salvo melhor juízo, cuidar e educar a criança é evitar adultos problemáticos e com valores morais distorcidos.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:35 em 19 de outubro de 2015:

    Cara Setsuko Watanabe,

    Obrigado pelo comentário. A opção das mulheres se concentrarem na educação dos seus filhos ou não é delas. Acho que no mundo atual também os homens precisam se conscientizar que precisar partilha da educação dos filhos desde a primeira infância.

    Paulo Yokota


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