Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suplemento Sobre o Estado de São Paulo

29 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

São Paulo é um Estado do tamanho de um país, com uma renda per capita em torno de US$ 9 mil, que é como dos países desenvolvidos. O jornal Valor Econômico publica um suplemento sobre esta mais importante unidade da Federação brasileira, que também apresenta seus problemas com o baixo crescimento da economia nacional.

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Capa do suplemento sobre o Estado de São Paulo

Quase dois terços de sua economia são do setor terciário, sendo um quarto de indústrias, e mesmo contando com um setor rural com tecnologia de ponta, ela representa somente 1,7% de sua economia, uma estrutura de um país desenvolvido. Sua população conta com um elevado número de descendentes de imigrantes das mais variadas origens e possui um padrão educacional significativo, com as melhores escolas superiores do País. No entanto, tem também uma elevada população desajustada, inclusive com uma das maiores concentrações de desempregados, viciados, com elevada criminalidade. Atende doentes de todo o país, notadamente nas moléstias que necessitam de assistência mais sofisticada. É o mais importante centro financeiro do Brasil.

Mesmo com a elevada concentração da população na metrópole paulista, a chamada Grande São Paulo, conta hoje com uma enorme descentralização das atividades por todo o Estado, onde os padrões tecnológicos das atividades rivalizam com os da Capital. Conta com a infraestrutura mais privilegiada do País e continua atraindo novos investimentos privados.

Lamentavelmente, o suplemento conta com um pesado patrocínio do Governo do Estado, e, mesmo com a independência editorial, contém matéria sobre a qualidade da gestão pública que, mesmo sendo razoável, deixa a desejar quando comparado com a disponível em países de economias equivalentes. Parte de suas dificuldades pode ser atribuída às distorções do sistema tributário nacional, onde o principal tributo, o ICMS, acaba sendo utilizado como barreira alfandegária com relação ao resto do país, além de um comércio internacional distorcido pelas concessões para alguns portos de outros Estados.

Deveria contar com o dinamismo do setor privado, mas, como no resto do País, as condições macroeconômicas acabam impondo uma elevada tributação sem correspondência nos serviços do governo, juros elevados e longos períodos onde o câmbio foi utilizado como mecanismo de combate à inflação.

Também os monopólios nacionais de fato, como do petróleo, do gás, da petroquímica, as concessões deficientes de serviços públicos como as de telecomunicações, acabam acumulando dificuldades para atendimentos sociais, do tipo saúde, idosos, educação, pesquisas, habitações etc. O setor privado não conta com independência desejável, repetindo os vícios nacionais, que começam da exagerada dependência política com relação ao governo.

Ainda assim apresenta algumas exceções. Elas indicam as esperanças brasileiras de voltar ao crescimento econômico robusto que permita corrigir as dificuldades nacionais. Mesmo com algumas limitações, acaba apontando algumas características importantes do Estado, que se espera sejam corrigidas e melhoradas nos novos Estados em consolidação pelo país.



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