Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Coreia do Sul Procura Superar o Machismo

28 de novembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um forte desequilíbrio entre homens e mulheres, notadamente na Ásia, preocupa especialistas a ponto de merecer um estudo profundo publicado no The Wall Street Journal, preparado por Geeta Anand e Jaeyeon Woo, experientes jornalistas.

Foto publicado no Wall Street Journal para ilustrar artigo sobre a carência de mulheres notadamente na Ásia, onde a Coreia do Sul dá um exemplo de como reverter a situação

O longo artigo reconhece que existem discriminações contra as mulheres em muitos países do mundo, mas quando se trata de populosos países asiáticos, como a China e a Índia, os problemas chegam a constituir-se praticamente numa calamidade. Juntas, elas somam cerca de 2,7 bilhões habitantes. Alguns estudos demográficos sugerem que existe uma tendência de aumento da criminalidade com tantos homens que não encontram esposas, pois os solteiros acabam sendo mais irresponsáveis do que os casados responsáveis parcialmente pelas suas famílias.

Lamentavelmente, diante da tradição dos filhos homens darem continuidade às linhagens familiares bem como de seus patrimônios em muitos países, com a disseminação das ultrassonografias que permitem conhecer os sexos dos fetos durante a gravidez muitos abortos de fetos femininos aumentaram. Antes, havia outras práticas mais absurdas como os assassinatos das filhas nascidas. Os dados demográficos indicam uma tendência de 105 homens para cada 100 mulheres entre os seres humanos.

O artigo menciona que na China chegou-se a 186 homens desejando casar para cada 100 mulheres. Na Índia, espera-se em 2060, na estrutura demográfica, 191 homens para cada 100 mulheres, se mantida a atual tendência. Mas alguns dados demonstram que existe esperança de mudanças. Na China, no ano passado chegou-se a 115,9 homens a cada 100 mulheres. Na Índia, em 2011, chegou-se a cerca de 120 homens para cada 100 mulheres, mas suspeita-se que alguns artifícios ainda estão sendo utilizados.

A Coreia do Sul proíbe a detecção médica do sexo dos fetos desde 1990 com a punição dos médicos e os movimentos feministas se intensificaram exigindo dos legisladores igualdade de gênero. Desenvolvem-se campanhas para permitir o uso da família da mãe, como já existe no Japão. Luta-se para que o pai não seja necessariamente o chefe de família. Hoje, a Coreia do Sul é comandada por uma presidente. Já se chegou a 107 nascimento de homens para cada 100 mulheres e espera-se atingir o normal, ou seja, 105. Mas em termos de renda, ainda são os homens que recebem muito mais.

Hoje, existem muitos benefícios para as famílias que aumentarem seus filhos, ainda que sejam mulheres. Também se estimula que as empresas concedam vantagens para os homens ajudarem em casa nos períodos de parto, como adquiram habilidades para a culinária e o exercício de funções domésticas.

Ainda não se chegou ao ideal, que é a igualdade de gêneros, mas muitos avanços foram atingidos e espera-se que sirvam de exemplos para outros vizinhos asiáticos ou até países de outras regiões do mundo.



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