Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Japão e Coreia do Sul Acordam Sobre as Mulheres de Conforto

28 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Um assunto que deveria ter sido resolvido há muito tempo, perdurou por décadas após o término da Segunda Guerra Mundial. Espera-se que sua solução satisfatória agora ajude a avançar para a ampliação dos entendimentos entre dois países importantes do Extremo Oriente.

O ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio Kishida (à esquerda), e o seu correspondente da Coreia do Sul, Yun Byuing-se, se cumprimentam para a foto depois do acordo atingido entre os dois países. Foto da AFP-JIJI publicada no The Japan Times.

Para entender o impasse, é preciso recordar que durante a Segunda Guerra Mundial o exército japonês apoiou oficialmente o uso das chamadas “mulheres de conforto”, asiáticas de países ocupados pelo Japão, para atender sexualmente seus solados. Algo parecido, segundo os japoneses, aconteceu em todas as guerras, infelizmente, mas não se tratavam de ações apoiadas pelas autoridades, segundo os críticos. Também a Coreia encontrava-se sob ocupação do Japão desde 1910, sendo considerada uma colônia japonesa e muitos coreanos foram deslocados para ajudarem nos esforços de guerra, inclusive na produção de armamentos. Esta situação perdurou até o fim da guerra. Os japoneses sempre alegaram que a ajuda japonesa para a recuperação da Coreia do Sul após sua guerra com o Norte já representava compensações volumosas de todos os danos causados pela guerra.

Do ponto de vista da Coreia do Sul, perseguia-se um pedido de desculpas oficiais com “apologias sinceras e remorso”, o que aconteceu com o telefonema do premiê Shinzo Abe para a presidente Park Geun-kye, bem como a alocação de recursos oficiais do Japão para a constituição de um fundo de atendimento às vitimas ainda hoje sobreviventes destes atos lamentáveis, mesmo com valor simbólico e insignificante. Os japoneses solicitam a retirada de uma estátua de uma coreana, símbolo da situação, que se encontra em frente a embaixada do Japão em Seul.

Os coreanos consideram o atual acordo “final e irreversível” e esperam que todos os seus termos sejam respeitados no futuro. Deve-se reconhecer que não foram submetidas a estas lamentáveis situações somente as coreanas, o mesmo acontecendo com filipinas e mulheres de outros países ocupados pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

A importância do gesto deve ser entendida diante da atual posição do governo japonês que vem estimulando atitudes nacionalistas, principalmente com o aumento da força militar chinesa na região. Espera-se que a atitude japonesa não seja somente formal, mas também ocorram ações não só econômicas e comerciais facilitando a integração do Japão com outros esforços feitos pelos países asiáticos para ajudar no desenvolvimento mundial, inclusive com importantes ajudas culturais e sociais.



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