Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suplemento Especial do Valor Sobre Brasil-Japão

11 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Precisamos reconhecer que os intercâmbios bilaterais entre o Brasil e o Japão não se encontram numa tendência brilhante e precisam ser envidados novos esforços para reverter à tendência atual, pois no passado foram mais intensos.

Ilustração do Suplemento Especial do Valor Econômico, mostrando as recentes tendências declinantes das exportações brasileiras para o Japão como das importações para o Brasil

Basta ver a ilustração no suplemento especial do Valor Econômico Brasil – Japão para verificar que algo muito preocupante vem acontecendo nas relações bilaterais. Elas já tiveram períodos mais entusiasmantes no passado, tanto com as exportações como importações brasileiras daquele país. Isto, apesar dos esforços dos dois países e seus governos, mas reconhecendo que eles ainda dão prioridade para outras regiões, apesar de reconhecerem as potencialidades recíprocas. Parece ser preciso fazer muito mais para reverter estas tendências.

As teses passadas, como da complementaridade, já estão ultrapassadas, pois os intercâmbios entre os países costumam ser intensos nos próprios setores, com transações envolvendo produtos semelhantes e seus componentes. O Brasil não pode continuar como fornecedor de matérias-primas e produtos alimentícios com o Japão exportando produtos industriais ou equipamentos intensos em novas tecnologias, ainda que também existam campos para tanto.

A biodiversidade brasileira e as produções minerais devem também ser exploradas, aproveitando tecnologias disponíveis nos dois países. Houve períodos em que o Brasil exportou muitos componentes de automóveis para serem montados no Japão, visando o abastecimento de terceiros países. O mesmo aconteceu com produtos relacionados com a informática, que precisam ser aperfeiçoados no Brasil novamente.

O Japão continua dispondo de poupanças que podem ser aproveitadas nas infraestruturas ainda carentes no Brasil, mas indústrias como a de aeronaves podem ser intercambiados entre os dois países. Algumas máquinas e equipamentos podem ser importados no Japão, mas não deve haver nenhuma restrição para os mesmos produtos brasileiros.

No mundo globalizado, todas as possibilidades precisam ser exploradas, e, apesar da distância, as cargas de retorno como as que podem utilizar contêineres podem reduzir os seus custos. Existem conhecimentos recíprocos dos mercados decorrentes de imigrantes e seus descendentes em ambos os países, sendo que hábitos culturais, inclusive gastronômicos, podem permitir ricos intercâmbios.

Os custos de turismo a grandes distâncias também estão se reduzindo, bem como educações podem ser complementados em ambos os países, pois os brasileiros ainda conhecem pouco do oriente bem como os conhecimentos dos japoneses sobre o exterior ainda é relativamente pobre.

Deve ser encarada como natural a preferência de ambos os países em intensificar seus intercâmbios com os países vizinhos. Mas como os japoneses visam mercados deste lado do mundo, também os brasileiros podem visar mercados asiáticos, contando com produções locais, principalmente se zonas especiais de exportação puderem ser implementadas, não ficando somente em projetos.

Ambos os países parecem que estão novamente dando prioridades para os seus relacionamentos internacionais, que são estratégicos para promover seus desenvolvimentos. Os conhecimentos recíprocos podem identificar as novas oportunidades de negócios.



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