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Importantes Aperfeiçoamentos na Pecuária Brasileira

11 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo oportuno de Marcelo Toledo foi publicado pela Folha de S.Paulo informando sobre a adoção no Brasil do chamado sistema 777, que permite que um bovino fique pronto para o abate depois de somente 24 meses do seu nascimento.

Foto publicado no artigo da Folha de S.Paulo, mostrando o gado nelore no Polo de Pesquisa Alta Mogiana em Colina – SP

Há apenas algumas décadas, quando predominava na pecuária brasileira a criação bovina extensiva, iam para os abates bovinos com mais de quatro anos de idade. Com a introdução dos zebuínos na região do Triângulo Mineiro, verificou-se que a raça nelore era a mais adequada para as condições brasileiras, encurtando para menos de quatro anos para ficarem adequadas para o abate. Agora, com a introdução do sistema 777, com matrizes selecionadas e um sistema de engorda adequada, está se generalizando a possibilidade deste gado estar pronto para o abate depois de dois anos do seu nascimento.

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Gráfico constante do artigo da Folha de S.Paulo

Muitas foram as contribuições para tanto, notadamente de pecuaristas que foram aproveitando os conhecimentos acumulados nos centros de pesquisa. Quando exerci as funções de presidente do Conselho Nacional da Pecuária, como diretor de crédito rural pertencente ao Banco Central do Brasil procurou-se incentivar os estudos do que se fazia em outras regiões como a Austrália e a Nova Zelândia, com a colaboração do Banco Mundial. A Embrapa deu a sua contribuição, considerando as diferenças de clima em todo o Brasil que também afetam os gados mais adequados para cada uma delas.

Hoje, pecuaristas como Carlos Viacava dedicam-se à sustentabilidade da pecuária, com a associação da pecuária com a lavoura, ao mesmo tempo em que se preservam as reservas florestais, num processo de constante aperfeiçoamento. Ainda são necessárias medidas que permitam o rápido rastreamento do gado e sua alimentação, para se evitar contaminação com pastos que sofreram efeitos de defensivos agrícolas. São exigências de mercados sofisticados onde estão entrando as carnes brasileiras.

A notícia de que o gado pode estar pronto, em grande escala, aos 24 meses de idade é boa. O consumo de alimentos do gado acaba sendo reduzido com taxas adequadas para a sua transformação em carnes para o mercado, tanto interno como principalmente para a exportação que está se ampliando, com o controle adequado da aftosa. Também carnes especiais, como o wagyu, originalmente do Japão utilizando raças europeias, proporcionam bons preços, ainda que não se atinja ainda os níveis de sofisticação predominantes em mercados altamente desenvolvidos.

A pecuária brasileira precisa continuar neste processo constante de aperfeiçoamento, pois pode ser o gerador de divisas importantes para a aceleração do desenvolvimento de toda a economia brasileira.



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