Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Comportamento do Câmbio

5 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Quando a maioria dos analistas esperava o dólar se mantendo acima de R$ 4,00 neste ano, nos últimos dias a reversão da expectativa com relação à economia norte-americana parece provocar um refluxo de parte dos recursos que procurava a garantia nos Estados Unidos, mostrando que o comportamento do comércio internacional perde a sua importância.

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Estas exageradas flutuações do câmbio não são favoráveis para os operadores do comércio internacional. Parte da pequena recuperação da exportação brasileira que começava a se esboçar acaba sendo alvo de incertezas. Em condições normais, para a economia brasileira, a redução das importações e o aumento das exportações seriam interessantes, além da mudança das tendências com relação ao turismo internacional. Muitos brasileiros estavam substituindo suas férias para localidades no Brasil, em vez de se deslocarem, por exemplo, para a Flórida, nos Estados Unidos, para efetuar até as suas compras. Os empregos brasileiros estavam sendo mantidos em vez de criá-los no exterior.

Ainda que as autoridades brasileiras tenham de ser cautelosas nas intervenções cambiais, é preciso pensar na conveniência da balança comercial e de pagamentos. Suas reservas externas necessitam se manter ao nível de tranquilizar os investidores estrangeiros, sendo que parte volta-se novamente para a Bolsa brasileira, notadamente porque os juros internos são compensadores até quando aplicados em títulos públicos.

A economia brasileira precisa contar com estes financiamentos e investimentos dos estrangeiros, sendo que muitos estavam aproveitando os custos relativamente baixos dos ativos brasileiros, quando os empresários locais estavam retraídos com as incertezas reinantes, inclusive de natureza política.

Uma parte da recuperação da economia brasileira vai depender do comportamento do setor externo, tanto nas relações comerciais como de serviços. Os fluxos financeiros internacionais estão exagerados, e o sistema bancário internacional não aceita medidas que venham a auxiliar na sua regulamentação.

O que parece uma evidente distorção é que, ao lado das dificuldades das empresas voltadas à produção de bens como de serviços, as rentabilidades das instituições financeiras continuam exageradas.



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