Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Que Justifica o Câmbio no Nível Atual

4 de março de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Quem não está informado sobre os detalhes do mercado financeiro internacional, baseando-se nas suas análises somente nos dados mais gerais, pode estranhar que o câmbio brasileiro se mantenha sem registrar uma elevação significativa, que significaria uma desvalorização do real.

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No atual quadro econômico, onde o Brasil sofre inúmeras reduções no seu rating, empresários brasileiros e estrangeiros ficam com reservas sobre a sua futura evolução, escândalos de corrupção são amplamente divulgados e as dificuldades políticas aumentam, ao mesmo tempo em que o mundo procura se recuperar, seria natural uma fuga para a segurança, provocando uma desvalorização mais acentuada do real.

No entanto, observa-se que o câmbio num patamar inferior a R$ 4,00 por dólar nos últimos dias, mesmo com as exportações brasileiras apresentando uma modesta reação, ao mesmo tempo em que as importações e os gastos com turismo no exterior ficam reduzidos. O nervosismo reinante tenderia a uma fuga maior de recursos para os Estados Unidos, principalmente.

O que os especialistas informam é que muitos papéis brasileiros estão pagando juros muito elevados, como nos períodos passados das dificuldades brasileiras, quando as autoridades monetárias mantinham o câmbio valorizado. Superam o percentual de uma dezena anual em dólares nos retornos, difícil de encontrar no mundo.

Muitos especuladores procuram aproveitar estas remunerações, em papéis avaliados razoavelmente seguros, onde os riscos são considerados inferiores. Também alguns grupos brasileiros, dispondo de liquidez, procuram reduzir suas responsabilidades em dólares, recomprando os próprios papéis. Tudo indica que estes recursos são expressivos, não permitindo uma valorização maior do câmbio.

Há que se considerar que estas operações são para especialistas, não devendo ser tentados por investidores individuais que dependem das instituições financeiras que costumam ficar com a parte do leão. Remunerações mais elevadas sempre implicam em riscos maiores. Mas parece útil entender-se o que está acontecendo no mercado.



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