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Oitenta Anos do Grupo Santa Helena

18 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001 Os poucos que conheceram os corredores escuros do Palacete Santa Helena nem sabiam que havia um ateliê na sala 231 onde muitos pintores trabalhavam, já na fase que estava em decadência, e eles se tornaram famosos posteriormente.

Palacete Santa Helena da Praça da Sé a Praça Clóvis Bevilaqua

Conheci este edifício, pois meu pai tinha uma alfaiataria na Praça João Mendes e eu frequentava muito a região. Também estudei numa escola secundária que dava para a praça Clóvis Bevilaqua, vizinha da mesma. Muitos pintores nipo-brasileiros, componentes do grupo Seibi que mantinha intercâmbio com o grupo Santa Helena, eram amigos do meu pai e até hoje tenho algumas de suas obras. Fui muitas vezes ao cine Santa Helena que lá ficava, já quando estava em decadência, pois o edifício foi construído em 1925 e minhas visitas eram em torno de 1950. Ele foi demolido em 1971 para juntar as duas praças ganhando o formato atual.

Praça da Sé era o centro da Capital paulista, e da praça Clóvis Bevilaqua, imortalizada pelo samba de Paulo Vanzolini, era onde saía o ônibus para o Alto do Ipiranga, onde morei por alguns anos. Conheci alguns corredores escuros deste grande edifício onde ficava o ateliê do Grupo Santa Helena.

Seus membros mais famosos eram Alfredo Volpi, Mario Zanini, Francisco Rebolo, Clóvis Graciano, Fulvio Penacchi, Aldo Bonadei, Afredo Rizzotti, Manuel Martins e Humberto Rosa. Mario de Andrade chamou-os de “artistas proletários” e nada tinham com a elite que participou da Semana da Arte Moderna em 1922.

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Tela de Alfredo Volpi, 1935, antes das suas bandeirinhas que ficaram famosas, constante do artigo publicado no O Estado de S.Paulo

Tive o privilégio de conhecer alguns destes artistas, notadamente Clóvis Graciano que era o pai de um colega meu na FEA-USP, Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo. Ele foi também o adido cultural na embaixada de Paris na época em que o professor Antonio Delfim Netto, meu sócio atual, era o embaixador.

Os componentes principais do grupo SEIBI eram Tomoo Handa, Shigeto Tanaka, Yoshiya Takaoka, Yuji Tamaki e outros dos quais mantenho alguns trabalhos.

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Reprodução da tela de Aldo Bonadei, 1968, publicada no artigo do O Estado de S.Paulo

A Galeria ProArte realizará uma exposição para comemorar estes oitenta anos, uma data importante para a arte brasileira.

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Reprodução da tela de Francisco Rebolo, 1950, publicada no artigo de O Estado de S.Paulo

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Reprodução do retrato de Fulvio Penacchi, 1943, publicado no artigo de O Estado de S.Paulo

É sempre muito prazeroso ter a oportunidade de rever muitos destes trabalhos que orgulham a arte brasileira.



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